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Casos de gripe A no Sul passam de 1.300

Tássia Kastner e Beatriz Bulla

Em Porto Alegre e São Paulo

11/07/2012 14h07

O avanço no número de casos de gripe A nos Estados da região Sul levou a uma mudança de estratégia na prevenção e combate ao vírus. Ao invés de focar apenas na vacinação, secretarias de Saúde dos três Estados disseminam orientação para que a gripe não seja tratada em casa, levando os pacientes a tomarem, o mais rápido possível, o antiviral adequado para o vírus H1N1, o Oseltamivir, conhecido com o nome comercial de Tamiflu.

Segundo o Ministério da Saúde, esse protocolo existe desde o final do ano passado, mas o aumento de número de casos da gripe A fez com que as secretarias agilizassem mais recentemente a distribuição do medicamento nas unidades de atendimento.

Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) soltou na terça-feira (10) uma notificação dispensando o uso de receita controlada para a administração do antiviral Tamiflu. Agora, para comprar a medicação ou retirá-la no posto de saúde, as pessoas só precisam apresentar uma receita simples do médico. Isso deve facilitar ainda mais o tratamento de pessoas gripadas.

Ao todo, os três Estados somam 1.333 casos diagnosticados, com 84 mortes. Santa Catarina apresenta o maior número de doentes, com 600 casos confirmados e 47 mortes em decorrência da gripe A. Na segunda-feira, a secretaria de saúde gaúcha informou que o Estado soma 23 mortes pela doença. Os dados globais mais recentes do Ministério da Saúde sobre a doença em 2012 são de 3 de julho e apontam 1.099 pessoas contaminadas, com 110 mortes.

Como a vacina demora cerca de 15 dias para fazer efeito, o entendimento das secretarias é de que o reforço da vacinação neste momento não ajudaria a deter o avanço da doença. Além disso, segundo a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que apenas as pessoas dos grupos de risco sejam imunizadas, o que foi feito durante a última campanha nacional de vacinação contra a gripe encerrada em 13 de junho deste ano.

As secretarias também aumentaram a disseminação de informações sobre prevenção para evitar o contágio. Entre as medidas estão higienizar as mãos com frequência, utilizar lenço descartável, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, higienizar as mãos após tossir ou espirrar, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal, evitar aperto de mãos, abraços e beijo social, reduzir contatos sociais desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração, evitar visitas a hospitais e manter ambientes ventilados.

No Estado de São Paulo, a Secretaria de Saúde confirmou 66 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave provocados pela gripe influenza A(H1N1) neste ano. Por se tratar de uma gripe, a maioria das pessoas, segundo informou a secretaria paulista, não procura auxílio médico e apenas os casos graves são notificados. O número de óbitos registrados este ano por conta da doença chegou a 14. Na época da pandemia, em 2009, foram registrados 600 óbitos no Estado. A orientação da Secretaria de Saúde também é para que a população procure auxílio médico caso sejam verificados sintomas da doença.