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Febre amarela: Doria pede 'calma' e diz que muitos se vacinam 'sem necessidade'

Juliana Diógenes

17/01/2018 11h50

São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu "calma" e "consciência" da população nesta quarta-feira, 17, em relação à busca por vacinação contra febre amarela. Nos postos de saúde da capital paulista, a espera pela imunização pode chegar a 9 horas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou todo o Estado de São Paulo em mapa de risco para a doença.

O tucano disse em entrevista à Rádio Capital que "não há nenhuma razão para pânico". "As vacinas estão ocorrendo. As filas são muito grandes desnecessariamente porque as pessoas, no pânico, vão se vacinando sem necessidade", afirmou Doria.

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A campanha para vacinação preventiva agora tem como público-alvo todos os distritos da zona norte - onde 90 UBS estão aplicando vacina; três distritos da zona Sul (Parelheiros, Marsilac e Jardim Angela), além de parte do Capão Redondo. Na zona oeste, há recomendação só para moradores do Distrito Raposo Tavares (em três postos).

Após a morte de macacos por febre amarela na capital, foi suspensa a visitação a diversos parques paulistanos. Na semana passada, três locais foram reabertos: o Horto Florestal e o Parque Estadual da Cantareira, ambos na zona norte, e o Parque Ecológico do Tietê, na zona leste. No Horto, todas as famílias de macacos bugios morreram com a doença. Foram 67 ao todo.

"Não é necessário pânico e nem afoiteza em relação ao tema da vacinação para febre amarela. Volto a dizer: não há nenhuma razão para pânico. Onde há risco: as áreas próximas dos parques onde macacos morreram por essa causa. Na região norte da cidade em especial e junto aos parques, perto de Guarulhos. Nas demais áreas da capital, não há necessidade de as pessoas se vacinarem", afirmou Doria.

O prefeito de São Paulo defendeu ainda que a vacina fracionada é "perfeitamente adequada porque vale oito anos". A Secretaria Municipal de Saúde antecipou a vacinação fracionada contra a febre amarela. A ação, que começaria em 3 de fevereiro, agora vai acontecer a partir de 29 de janeiro até 17 de fevereiro. A vacinação terá como público-alvo os moradores de 15 distritos.

"Muitas pessoas ficaram preocupadas em obter essa vacina fracionada, como se não fosse eficiente, como se fosse fracionar o risco de ter a doença. Não há nenhum risco. Por oito anos, você está protegido", afirmou Doria.

Farão parte da ação preventiva na zona leste os distritos Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Parque do Carmo, São Mateus e São Rafael. Já na zona sul, serão vacinadas as pessoas que moram ou trabalham em Capão Redondo, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim São Luis, Pedreira, Socorro e Vila Andrade.

Estado

Desde julho, a maior parte dos casos da doença no País foi registrada no Estado de São Paulo. Conforme balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, houve 35 casos confirmados, com 20 mortes. Só em municípios paulistas foram 20 infecções - 11 óbitos.

Nesta terça-feira, o anúncio da vacinação antecipada no Estado foi feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo ele, sete milhões de moradores serão vacinados em 54 cidades. São Paulo recebeu nesta terça metade das doses prometidas pelo governo federal - 500 mil. A segunda leva deve chegar ainda nesta semana.