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Capital paulista já teve 105 mortes de macacos; zona norte lidera

Ale Frata/ Frame/ Estadão Conteúdo
Imagem: Ale Frata/ Frame/ Estadão Conteúdo

Fabiana Cambricoli e José Maria Tomazela

Em São Paulo

24/01/2018 08h30

Além do animal encontrado morto por febre amarela no Zoológico de São Paulo, a capital paulista já registrou, desde o ano passado, 105 óbitos de macacos em seu território, segundo balanço mais recente divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde.

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Do total de vítimas, 101 foram encontradas na zona norte, em sete distritos diferentes: Anhanguera (2), Brasilândia (1), Cachoeirinha (1), Jaraguá (2), Mandaqui (62), Tremembé (26) e Tucuruvi (7). Outros três macacos morreram em Parelheiros e um, no Grajaú, ambos na zona sul da cidade.

Em todo o Estado já foram confirmadas 530 mortes de primatas não humanos desde julho de 2017, quase o triplo do registrado no mesmo período do ciclo 2016/2017, quando 187 animais morreram.

Embora não transmitam a febre amarela, os macacos continuam sendo atacados no interior do de São Paulo. Nesta terça-feira (23) a equipe do Parque Ecológico Municipal, em São Carlos, foi mobilizada para capturar um macaco-prego que estava sob ameaça de moradores. Enquanto algumas pessoas alimentavam e admiravam o primata, outras queriam vê-lo morto por medo da doença.

Vacinação começa quinta, com senha em domicílio

A Prefeitura de São Paulo passará a distribuir senhas nas casas dos paulistanos na próxima fase da campanha de vacinação, que foi antecipada para quinta-feira (25). A nova fase da campanha, que terá somente doses fracionadas, tem como objetivo imunizar os moradores de 20 distritos com prioridade nas zonas leste e sul da capital. Ao contrário do que vinha ocorrendo até agora, não serão distribuídas senhas nas unidades de saúde.

Agentes comunitários de saúde e integrantes de associações de bairro passarão nas casas dos paulistanos dessas regiões entregando as senhas. O morador poderá escolher entre dois ou três dias diferentes para receber a imunização.

As senhas começarão a ser entregues nesta terça-feira (23). O site da secretaria trará a lista de endereços por onde os representantes da gestão passarão naquele dia, entregando. Caso o morador não esteja em casa no momento da passagem do agente, poderá procurar a Unidade Básica de Saúde de referência de seu bairro, com comprovante de endereço, para ser imunizado.

Os paulistanos que não moram nesses 20 distritos, mas que vão viajar para área de risco, deverão procurar uma das 17 unidades de referência em saúde do viajante para tomar a vacina. Nessas unidades, será oferecida a vacina fracionada para quem tiver viagem marcada para dentro do Brasil e a dose padrão para os viajantes internacionais.

Na zona norte, onde todos os postos de saúde até agora estão oferecendo a vacina, a oferta do imunizante passará a ser restrita a poucas unidades, somente para os moradores que ainda não foram protegidos. Nesses casos, não haverá distribuição de senha nas residências.

Após finalizar a campanha nos 20 distritos das zonas sul e leste, a secretaria fará outras três fases de imunização, nos meses de março, abril e maio. Em cada uma, a previsão é vacinar cerca de 2 milhões de pessoas. A previsão do secretário é de que todos os paulistanos estejam imunizados até o meio do ano.

 

Como funciona o fracionamento? 

No fracionamento da vacina da febre amarela, a mesma vacina é utilizada, só que em dose menor. A diferença está no volume e no tempo de proteção. A dose padrão possui 0,5 ml e protege por toda a vida, enquanto a dose fracionada tem 0,1 ml e protege por oito anos, segundo estudos realizados pelo Instituto Biomanguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), fabricante da vacina.

A estratégia de fracionamento da vacina é recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) quando há aumento de casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente. 

Quem deve tomar a dose fracionada?

A vacinação fracionada é recomendada para pessoas a partir dos dois anos de idade. Mas não é indicada para crianças de 9 meses a dois anos, para pessoas com condições clínicas especiais (como vivendo com HIV ou em período final de quimioterapia, por exemplo) e gestantes.

Viajantes internacionais, que devem apresentar comprovante de viagem no ato da vacinação, também precisam tomar a dose integral. Durante a campanha de vacinação, todos esses públicos receberão a dose normal.

Vale ressaltar que a vacina contra a febre amarela é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo. A vacinação contra febre amarela impede a doação de sangue por um período de quatro semanas.