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Médicos de SP suspendem consultas e exames amanhã

Do UOL, em São Paulo

05/09/2012 16h51Atualizada em 05/09/2012 22h20

Médicos suspenderão nesta quinta-feira (6) o atendimento aos usuários de planos de saúde em todo o Estado de São Paulo. Segundo o presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão, o ato pretende chamar a atenção para o tratamento dispensado pelas empresas aos profissionais credenciados e consequentemente aos pacientes.

Reivindicações dos médicos

Reajuste no valor das consultas. De R$50 reais (preço médio pago pelos convênios) para R$80
Contrato regular com os planos de saúde com claúsula de reajuste automático anual
Implementação da tabela CBHPM, que estipula valores referentes a cada procedimento. Hoje, cada plano de saúde tem sua própria tabela

Serão suspensas as consultas, os exames e cirurgias marcadas. As emergências e urgências serão atendidas, conforme orientação dada aos profissionais. “Nós estamos recomendando aos médicos que, mesmo aqueles casos que não sejam urgências, mas que um retardo no atendimento possa agravar a condição de saúde das pessoas, façam o atendimento. Nosso interesse é preservar ao máximo o usuário e protestar contra o tratamento dispensado pelas empresas de plano de saúde.”

Ainda que a orientação seja reagendar consultas, é válido entrar em contato com o médico para verificar se ele irá atender. A reportagem do UOL apurou que diversos médicos atenderão a consultas amanhã, mesmo com a paralisação.

Reivindicações

Os profissionais que recebem, em média, R$50 por uma consulta feita por plano querem que o valor seja reajustado para 80 reais. Outras reivindicações são um contrato regular com cláusula de reajuste automático anual e a implementação da tabela CBHPM, com os valores referentes a cada procedimento. Hoje, cada plano de saúde tem sua própria tabela com valores, que segundo a categoria, não são compatíveis.

Segundo o dr. Maurun David Cury, diretor de defesa profissional da Associação Paulista de Medicina (APM), essa tabela, que foi elaborada pela Associação Médica Brasileira, já existe há 9 anos e tem os valores mais justos para cada procedimento médico em todas as especialidade. Um exemplo dado pelo médico é a cirurgia de amígdala: planos pagam de R$ 50 a R$ 90, quando a tabela aponta que o preço deveria ser superior a R$ 500.

Após anunciarem o protesto, cerca de 90 profissionais saíram em passeata até a Câmara Municipal de Vereadores para entrega de documento com as reivindicações da categoria e pedir apoio aos vereadores.

Planos dizem que reajustam acima da inflação

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) ressalta que suas associadas praticam reajustes regulares para os procedimentos e consultas feitos pelos médicos, com índices acima da inflação e, muitas vezes, acima do teto estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para o reajuste anual dos planos individuais. "No acumulado de 2005 a 2011, os honorários dos médicos credenciados às operadoras associadas aumentaram em 71,56%, enquanto que a inflação acumulada (IPCA) foi de 41,88% e o índice acumulado do reajuste da ANS, 66,48%", diz a Federação em nota.

A FenaSaúde destaca que não negocia valores de honorários com entidades, o que é feito diretamente entre as operadoras e os prestadores de serviços médicos.

A entidade representa os planos Allianz Saúde, Bradesco Saúde, Brasilsaúde, Itauseg Saúde, Marítima Saúde, Notre Dame, Porto Seguro Saúde, Sul América Companhia de Seguro Saúde, Sul América Seguro Saúde, Tempo Saúde e Unimed Seguro Saúde, Amico Saúde, Amil Assistência Médica Internacional, Amil Planos por Administração, Amil Saúde, Care Plus, Excelsior, Gama Saúde, Golden Cross, Intermédica, Mediservice, Omint e Sul América Serviços de Saúde, que correspondem a 36,6% dos conveniados do país.