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Estudo diz que antidepressivo na gravidez não aumenta risco de morte fetal

Para especialista, não tratar a depressão durante a gravidez causa mais riscos do que prescrever antidepressivos para a gestante - Thinkstock
Para especialista, não tratar a depressão durante a gravidez causa mais riscos do que prescrever antidepressivos para a gestante Imagem: Thinkstock

The New York Times

12/01/2013 07h00

O uso materno de antidepressivos como o Prozac e outros inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) – durante a gravidez não aumenta o risco de morte fetal ou de mortalidade infantil, descobriu um grande estudo.

Os ISRS foram associados com vários problemas na gravidez e no parto, mas isso também ocorre com a depressão materna. É por isso que o tratamento da depressão durante a gestação é complexo.

Pesquisadores que escreveram na semana passada no periódico The Journal of the American Medical Association estudaram mais de 1,6 milhão de nascimentos de não gêmeos na Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia. A taxa de mortalidade neonatal (antes de um mês de vida) nos bebês das 29.228 mães que usaram ISRS não diferiu da população em geral.

A taxa de natimortos e mortes de bebês com menos de 1 ano foi maior entre as mulheres que usaram os medicamentos, mas essas diferenças desapareceram depois que os pesquisadores conciliaram os dados com internações anteriores por depressão e outros fatores. Em outras palavras, a razão para a associação pode ter sido a doença psiquiátrica si, e não o tratamento com ISRS.

"A depressão e outras doenças psiquiátricas graves durante a gravidez não são boas nem para a mãe nem para o bebê", disse Olof Stephansson, professor associado de obstetrícia e ginecologia do Instituto Karolinska, em Estocolmo. "Nem todo mundo deveria usar esses medicamentos, mas os riscos são modestos. Em minha opinião, não tratar essas doenças é ainda pior do que usar esses medicamentos."