Topo

Apesar de calórico, abacate ajuda a regular o colesterol

Quem não tem restrição pode consumir abacate todo dia, pois sua gordura é insaturada, aquela que faz bem - Thinkstock
Quem não tem restrição pode consumir abacate todo dia, pois sua gordura é insaturada, aquela que faz bem Imagem: Thinkstock

Cármen Guaresemin

Do UOL, em São Paulo

03/04/2013 07h00

No Brasil há mais de cem tipos de abacates, o que garante uma alta produção da fruta o ano todo. Porém, a fama de que seja engordativa faz com que não seja um sucesso de público por aqui. Isso sem contar que muitos acham que sua “gordura” pode fazer mal ao coração. Mas o abacate está longe de ser um vilão.

“O abacate possui gorduras benéficas. Se consumido de forma correta, ajuda a regular os níveis de colesterol, diminuindo o LDL, o chamado colesterol ruim”, afirma a nutricionista Daísa Pinhal da Oba Hortifruti.

O nutrólogo Carlos Alberto Werutsky, da Abran (Associação Brasileira de Nutrólogos), alerta: quem faz controle de peso precisa reduzir a ingestão de calorias. Dentro dessa proposta, o abacate pode ser um vilão, pois seu teor de gordura é alto.

“Já quem não tem restrição pode consumir a fruta diariamente, pois sua gordura é insaturada, aquela que faz bem”, conta o médico. Ele explica que o abacate tem por volta de 9 calorias/grama e que se pode consumir um pequeno ou meio por dia, desde que haja restrição de outros alimentos calóricos.

Alguns nutricionistas defendem que é melhor comer o abacate à noite, para se obter mais benefícios. Os especialistas ouvidos pelo UOL, porém, dizem que o horário da ingestão não faz diferença.

Qualidades

A nutricionista acredita que consumir um quarto da fruta por dia é suficiente para se obter os benefícios: “O abacate é rico em fibras alimentares e fonte de ácido fólico e vitamina C. Também possui carotenoides, substâncias antioxidantes benéficas à saúde, e gorduras insaturadas”.

Apesar de a banana levar a fama, o abacate possui um teor de potássio bem maior. Porém, a nutricionista frisa que pessoas com problemas renais devem evitar alimentos ricos deste macromineral.

Prisão de ventre, flatulências, perturbações digestivas, gota reumatismo, afecções dos rins, da pele, do fígado. Tudo isso pode ser evitado ao se consumir abacate, explica o  farmacêutico Rafael Martins Xavier.

Ele conta que as cascas da fruta são vermífugas, sendo também úteis para o tratamento de hemorragias e disenterias. Já o chá de folhas da fruta é um excelente diurético.

“Considerado uma rica fonte de folato, vitamina A e potássio, o abacate tem mais proteína que qualquer outra fruta, cerca de 2 g para cada porção de 110 g. Possui, ainda, quantidades úteis de ferro, magnésio e vitaminas C, E e B6”, ensina.

  • Flávio Florido/UOL

    O produto é extraído da polpa da fruta madura e da semente, sendo constituído de aproximadamente 60 a 80% de ácidos graxos insaturados.

Cápsulas

Werutscky lembra que o abacate também possui o ácido oleico. “Trata-se de um ácido graxo essencial. Se uma pessoa tiver um consumo baixo desta substância, com o tempo, poderá desenvolver uma imunodepressão, ou seja, baixa imunidade”.

O farmacêutico afirma que o ácido oleico é também conhecido como ômega 9,  essencial na síntese dos hormônios que mantêm o nosso organismo em equilíbrio em todos os sentidos.  

“O ômega 9 também auxilia na diminuição da concentração do colesterol ruim e aumenta o colesterol bom”, afirma Xavier que também é consultor-técnico da NutraWay, empresa que está lançando óleo de abacate em cápsulas.

O produto é extraído da polpa da fruta madura e da semente, sendo constituído de aproximadamente 60 a 80% de ácidos graxos insaturados. Segundo a empresa, trata-se de uma alternativa prática para facilitar o consumo de alimentos essenciais à saúde.

"Para que seja mantida 100% da integridade de todas as propriedades do óleo de abacate, utilizamos para a sua obtenção a técnica de ‘Prensagem a Frio e Filtração’, também conhecida como ‘Cold Pressing and Filtration’”, conta o farmacêutico.

O abacate foi escolhido por ser uma fruta muito rica por seus nutrientes, diz Xavier. Ele explica que o óleo da fruta, que já é encontrado em lojas de produtos naturais, farmácias e supermercados, já vem com uma dose estimada que não é prejudicial à saúde. Mas alerta: “Para obter 100% da eficácia do produto, deve-se procurar um médico ou nutricionista que avalie as características idiossincráticas do indivíduo e prescreva a dose ideal”.

O nutrólogo Carlos Alberto Werutsky, no entanto, tem ressalvas em relação à novidade e diz que, por enquanto, não há evidências científicas sobre algum benefício proporcionado pelo produto.

“Nenhum suplemento deve ter a pretensão de substituir a fruta in natura. Até que ponto a pressão utilizada não altera o produto? Até que ponto podemos confiar? Acredito que seja melhor consumir a fruta”, avalia o médico.

A nutricionista Daísa Pinhal também é reticente: “É comprovado que o ácido oleico é benéfico à saúde, porém, para fazer qualquer afirmação, teria que ver a composição total do produto”.