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Presidente do Ipea é favorável à contratação de médicos estrangeiros

Carolina Sarres

Repórter da Agência Brasil, em Brasília

03/07/2013 15h43

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, disse, nesta quarta-feira (3), ser favorável à vinda de médicos estrangeiros ao Brasil devido à escassez dos profissionais no país. O Ipea divulgou hoje um estudo informando que medicina é a carreira que tem o melhor desempenho trabalhista no Brasil, avaliado a partir de quatro critérios: salários, jornada de trabalho, cobertura previdenciária e facilidade de se conseguir emprego.

 

O salário médio dos médicos, de acordo com o estudo, é o mais alto do mercado de trabalho (R$ 8,4 mil). Outro dado, segundo o instituto, que torna o curso atraente ao estudante é a facilidade de emprego. Os técnicos do Ipea informaram que os dados levantados com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, entre 2009 e 2012, a medicina é a carreira que tem mais facilmente se é empregado, pelo menos 97% dos formandos encontrariam trabalho, segundo o estudo.

"Das carreiras analisadas, medicina é a que tem mais escassez de mão de obra. Quando esses dados são analisados geograficamente, percebe-se que, em alguns lugares, a presença de médicos é um quinto em relação à de outros lugares", explicou Neri, ainda que a medicina não tenha sido o alvo do estudo divulgado hoje, que avaliou a situação de diversas profissões. Sobre a situação dos médicos, o ministro e presidente do Ipea ressaltou que os dados não são novos e já haviam sido demonstrados pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2010.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, há 1,8 médico para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é quatro médicos.

Entenda a proposta do governo

  • Arte/UOL

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O governo tem justificado a vinda de médicos do exterior com o argumento de que há escassez de profissionais na área de saúde. O Conselho Federal de Medicina (CFM), no entanto, diz que há médicos em número suficiente para atender à demanda brasileira e pede plano de carreira federal para atrair os profissionais às áreas carentes do Brasil.

De acordo com Marcelo Neri, os dados que colocam a medicina como a carreira com mais vantagens trabalhistas - altos salários, cobertura previdenciária e fácil empregabilidade, que compensam a extensa jornada de trabalho -, mostram que o mercado vem reconhecendo a importância da profissão, por meio da valorização da carreira, expressada pelas melhores condições oferecidas. Situações em que são verificados baixos salários, segundo ele, são exemplos de situações escondidas por médias.