Só lamento, diz ministro sobre reação de brasileiros a médicos estrangeiros

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (23) que "só lamenta" as reações de médicos brasileiros à vinda dos estrangeiros que possam prejudicar a população. "Toda crítica, sugestão é bem-vinda; qualquer medida que possa prejudicar a população, eu só lamento", disse em coletiva de imprensa em Brasília.

Nesta sexta-feira, o presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina) de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares, declarou à imprensa que pretende denunciar os médicos cubanos por exercício ilegal da profissão. Ele chegou a dar uma declaração que gerou polêmica: "Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos", disse o médico ao Estado de Minas.

"Nós, médicos,quando nos formamos, fazemos compromissos com a vida e com a ética", afirmou Padilha.

O ministro acrescentou, ainda, que os médicos estrangeiros terão três semanas de formação e afirmou que o ministério vai levar "médicos com qualidade" ao interior do país.

Sobre a contratação dos cubanos, Padilha afirmou que ela seguirá os mesmos padrões de acordos de Cuba com outros países. “São parcerias que são estabelecidas e reconhecidas mundialmente e estamos seguindo exatamente as mesmas regras”.

Chegada dos estrangeiros

As declarações foram feitas na cerimônia de recepção aos médicos do exterior, no aeroporto de Brasília.

Um total de 244 médicos formados fora do país (sendo 99 brasileiros) começaram a chegar ao Brasil nesta sexta para atuar no programa Mais Médicos. De acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, não há profissionais cubanos nesses grupos - eles devem chegar somente a partir de amanhã.

Do total, 23 vão para Brasília, 18 para Fortaleza, 68 para o Rio de Janeiro, 47 para São Paulo, 40 para Porto Alegre, 19 para Recife, 13 para Salvador e 16 para Belo Horizonte.