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Primeiros profissionais do Mais Médicos chegam ao Acre

Profissionais estrangeiros do Mais Médicos, do Ministério da Saúde, chegam ao Acre - Ana Paula Batalha/UOL
Profissionais estrangeiros do Mais Médicos, do Ministério da Saúde, chegam ao Acre Imagem: Ana Paula Batalha/UOL

Ana Paula Batalha

Do UOL, em Rio Branco

14/09/2013 19h46

Os primeiros profissionais estrangeiros enviados pelo programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, chegaram ao Acre neste sábado (14), em voo da FAB (Força Aérea Brasileira). Os profissionais desembarcaram pontualmente às 14h, no Aeroporto de Rio Branco. Eles foram recepcionados com aplausos por autoridades da Saúde e passageiros que estavam no local. Nenhum protesto foi registrado durante a chegada.

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    Saiba qual a proporção de médicos em cada Estado e o panorama em outros países

Na primeira leva de estrangeiros, seriam dez médicos, mas apenas nove chegaram . O décimo, segundo informado, perdeu o voo e deve chegar nos próximos dias. Do total dos profissionais, cinco serão lotadas nas unidades básicas de Saúde na capital Rio Branco, três no interior e dois nos Distritos de Saúde Indígena. Dos dez, dois são brasileiros formados no exterior.

“É um grande esforço. Rio Branco já recebeu cinco médicos brasileiros e agora recebe mais cinco. Temos um percentual baixo demais em relação a população. Estaremos oferecendo todo o processo para dar condições de trabalho”, disse o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre.

A Medida Provisória que criou o programa estabelece que os estrangeiros selecionados trabalhem no Brasil por três anos. Nesse período, terão registro profissional provisório, que lhes dará o direito de atuar exclusivamente na Atenção Básica e apenas nas cidades a que forem designados pelo Ministério da Saúde, com acompanhamento de tutores e supervisores. Cada médico será lotado em uma equipe de Atenção Básica.

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“Vou trabalhar, ajudar as pessoas carentes, mas primeiro vou conhecer Rio Branco para saber como é a saúde pública”, disse o médico espanhol Diego Galvez que também chegou a trabalhar na Itália e nos Estados Unidos.

Como o registro é restrito à atuação no programa, não será permitido que estes profissionais atendam na rede privada ou em outros serviços de saúde, como hospitais e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), por exemplo.

A Secretária de Saúde do Estado, Suely Melo, disse que a quantidade de médicos no está abaixo do ideal. Segundo ela, são necessários 500 profissionais. A partir de segunda-feira (16), os médicos serão apresentados ao funcionamento da Secretaria de Estado de Saúde e equipe, situação de saúde no estado, além de aspectos, caracterização do processo de regionalização e regulação de saúde.

O coordenador do Distrito Indígena do Alto Purus, Raimundo Costa, disse que a chegada dos médicos ajuda na situação que se encontra os indígenas, mas ainda não atende as expectativas.

Onde falta médico, faltam dentistas e enfermeiros, mostra pesquisa

A concentração de médicos nos grandes centros acompanha a de outros profissionais de saúde, como dentistas e enfermeiros, e a de unidades de saúde. Onde falta um, faltam os outros.

É o que o mostra um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, que se baseou em dados da AMS (Assistência Médico-Sanitária) do IBGE, que conta os postos de trabalho ocupados por profissionais de saúde

Para a região será enviado apenas um profissional, enquanto o necessário seriam mais três para deixar o quadro ideal com sete médicos.

Segundo ele, ficam descobertos ainda as cidades de Assis Brasil, Sena Madureira, Manuel Urbano e Pauini - município localizado no interior do estado do Amazonas.

O programa Mais Médicos, que tem a finalidade de levar médicos para atender a população em unidades básicas de saúde do interior dos estados e em periferias de grandes cidades, onde há carência de profissionais de saúde sem passar pelo Revalida, causou polêmica em todo o país, especialmente entre a classe médica.

“A primeira impressão causa dúvidas e preconceitos. Nós, médicos do exterior, queremos apenas ajudar na Atenção Básica de Saúde”, disse a médica brasileira formada na Espanha, Michele Melo.