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Conheça 15 mitos sobre alimentação que já foram desmentidos

Chris Bueno

Do UOL, em São Paulo

20/01/2014 07h00

Beber entre as refeições engorda. Açúcar deixas as crianças hiperativas. Chocolate dá espinhas. Quem nunca ouviu umas dessas frases, ou ainda outras bem parecidas? Apesar de populares e de circularem há muito tempo, a maioria desses ditos sobre alimentação não passa de mito.

Muitos mitos sobre alimentação circulam desde a época de nossas avós, como “suco de beterraba acaba com a anemia” ou “chocolate dá espinhas”. E apesar de muitas pessoas acreditarem nisso, nenhuma das duas afirmações são verdadeiras: uma xícara de beterraba ralada possui apenas 0,8 miligramas de ferro, insuficiente para combater a anemia, e o maior vilão das espinhas é a alteração hormonal, e não o chocolate.

Mas outros são frutos de propagandas ou modismo. Este é o caso da famosa crença que devemos beber no mínimo oito copos de água por dia. Na verdade, não existe nenhuma evidência científica que sustente isso. Aliás, existem estudos que apontam que beber água demais pode fazer mal ao organismo e até mesmo causar hiponatremia (quando a concentração de sódio no sangue fica muito baixa - inferior a 135 milimoles por litro).

Casos graves de hiponatremia podem levar à intoxicação por água, uma doença cujos sintomas incluem dores de cabeça, fadiga, náusea, vômito, urinação frequente e desorientação mental. Mas é preciso ressaltar que isso acontece quando se bebe água exageradamente, e em um curto período de tempo: algo como três a seis litros em um intervalo de uma a três horas.

“O organismo saudável possui mecanismos de compensação para manter o nível de água, eliminando-a. Se houver, teoricamente, consumo excessivo (difícil na prática) pode ocorrer toxicidade de água devido à baixa concentração de eletrólitos envolvidos em varias reações do organismo como a condução de estímulos elétricos e manutenção do pH”, diz a nutricionista Renata Galvão de Campos Cintra, professora do Departamento de Educação do Instituto de Biociências da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo).

Sabedoria de avó

Mas nem tudo aquilo que nossa avó dizia é mito. Muitas das crendices populares sobre alimentação possuem evidências científicas que compravam sua veracidade.

Uma delas é de que cenoura faz bem para visão.  Ela realmente é rica em vitamina A e E, essenciais para a saúde dos olhos. Mas é preciso ter em mente que existem outros alimentos que também são fontes dessas vitaminas, e de que apenas consumir cenouras não vai melhorar ou piorar a visão.

 “O importante é ter uma dieta equilibrada e rica em antioxidantes para garantir o bom funcionamento dos olhos”, diz a oftalmologias Andréa Lima Barbosa, diretora-média da Clínica dos Olhos São Francisco de Assis (RJ).

Outra verdade é a de que comer depressa faz mal. “Comer apressadamente favorece a má digestão, o empachamento gástrico (barriga estufada) e, principalmente, aumenta o estresse do organismo - ou seja, é um tipo de agressão física e psicossocial ao organismo humano”, afirma Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).

E, por fim, que o prato deve ser colorido. Isso não é apenas um truque para as crianças comerem, mas sim uma maneira de garantir uma alimentação balanceada e rica em nutrientes. Quanto mais cores, maior a variedade de legumes, verduras e grãos ingeridos. E também cada grupo de cores possui nutrientes diferentes e necessários para o bom funcionamento do organismo.

Um pouco de tudo

O importante para uma alimentação saudável é buscar o equilíbrio. Em uma alimentação balanceada, quase todos os alimentos são permitidos.

Os alimentos cumprem uma série de funções para o ser humano, sendo que a nutrição é a mais importante, mas não é a única. Então, desde que dentro de uma alimentação equilibrada, é possível comer de tudo, respeitando-se a quantidade e a frequência desejadas.

Mais do que emagrecer, a escolha certa dos alimentos faz com que se tenha  qualidade de vida. Por isso, da próxima vez que riscar um alimento do cardápio, ou passar a consumi-lo mais frequentemente por causa de crenças ou modismo, pare, pense e prefira sempre a moderação e o bom senso.