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Gripes na gestação aumentam risco de a criança ter asma, sugere estudo

O estudo, observacional, mostrou que a probabilidade de ter um filho com asma mais que dobrava para as gestantes que ficaram gripadas mais de três vezes - Thinkstock
O estudo, observacional, mostrou que a probabilidade de ter um filho com asma mais que dobrava para as gestantes que ficaram gripadas mais de três vezes Imagem: Thinkstock

Nicholas Bakalar

The New York Times

15/02/2014 07h00

Um novo estudo sugere que o risco de ter um filho com asma pode aumentar caso a gestante fique gripada com frequência durante a gestação.

Pesquisadores da Alemanha acompanharam 526 crianças de uma zona razoavelmente abastada de Munique. Eles entrevistaram os pais em três momentos: durante a gestação, quando as crianças tinham entre 3 e 12 meses e aos 5 anos de idade. As perguntas foram sobre os sintomas da asma e outras alergias, o histórico médico geral e fatores ambientais e socioeconômicos. O estudo foi publicado na edição de fevereiro do periódico "Annals of Allergy, Asthma & Immunology".

Após o controle dos fatores alergia e tabagismo paternos, existência de animais e presença de irmãos mais velhos no ambiente familiar, bem como outros fatores que se acredita possam ter efeito sobre o risco de asma, os pesquisadores descobriram que esse risco aumentou em relação à quantidade de gripes contraídas.

A probabilidade de ter um filho com asma na idade de 5 anos mais que dobrava para as gestantes que ficaram gripadas mais de três vezes. A ingestão de antibióticos ou de Tylenol pelas mães não teve efeito protetor nem causou outros efeitos.

Sabina Illi, principal autora do estudo e pesquisadora do Hospital Infantil da Universidade de Munique, deixou claro que o estudo é observacional e não clínico, e, por essa razão, não pôde comprovar que a gripe durante a gestação cause asma nas crianças. "É a infecção nas vias respiratórias superiores o que realmente afeta as crianças? E se a gestante evitar pegar gripe?  Não sabemos se isso contribui.", afirmou.