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Especialistas indicam alimentos que ajudam a minimizar efeitos da ressaca

Excesso de álcool pode derrubar o mais fiel dos foliões e se recuperar pode ser uma missão ingrata - Thinkstock
Excesso de álcool pode derrubar o mais fiel dos foliões e se recuperar pode ser uma missão ingrata Imagem: Thinkstock

Do UOL, em São Paulo

03/03/2014 07h00

Carnaval é sinônimo de alegria. E o que nunca falta em uma festa são as bebidas alcóolicas. Porém, o excesso de álcool pode acabar derrubando o mais fiel dos foliões e se recuperar no dia seguinte pode ser uma missão ingrata. 

O médico Moacir Augusto Dias, clínico geral e gastroenterologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo), dá algumas dicas aos foliões para ajudar a evitar a ressaca ou diminuir seus efeitos.

Dias ressalta que dois pontos são importantes para aqueles que gostam de beber:  o primeiro é que é preciso se alimentar antes. Dessa forma, o estômago ficará protegido o que proporcionará uma resistência maior ao álcool. Beber bastante água também é uma dica a ser seguida. Antes, durante e após a ingestão da bebida alcoólica.

A nutricionista Rita de Cássia Silva, da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), frisa que um passo importante é mesmo se hidratar com antecedência, ingerindo diariamente entre dois e três litros de líquido, de preferência água e sucos naturais.

Carolina Pedrosa, nutricionista consultora da Smart Life, comenta que o excesso de bebida alcoólica aumenta, em um primeiro momento, a diurese e sudorese, provocando a perda de sais minerais. "Isso é percebido através de sintomas como a dor de cabeça e fadiga. Então, é importante a reposição desses sais minerais com a ingestão de muita água e a água de coco, que possui uma composição bem semelhante ao soro fisiológico, além de ter boas doses de magnésio, potássio, sódio, cálcio, além da vitamina C", diz ela.

Perigos

“Tem muita gente que ainda acredita que a melhor forma de se curar a ressaca é continuar bebendo”, exemplifica Dias. Ele é enfático ao afirmar que esse é um mito perigoso e explica de onde pode ter surgido: “Em hospitais, a solução utilizada no tratamento da pessoa alcoolizada tem como base o álcool, mas isso somente para dependentes químicos. Essa é uma forma de reduzir os sintomas de abstinência”.

Outro mito que Dias faz questão de alertar ser perigoso é sobre o uso de paracetamol: “No caso de ressaca, não devemos fazer uso desse medicamento. O paracetamol deve ser consumido com parcimônia, uma vez que se trata de medicação tóxica ao fígado”.

Carboidratos

No que diz respeito à alimentação, a nutricionista recomenda que se opte por itens ricos em carboidratos (como pão, macarrão e batata). “O ideal é que o folião procure intercalar o álcool com muita água. Para facilitar, outra dica é sempre levar barrinhas de cereais e nada de fritura durante a folia. Além de apresentar teor elevado de gordura, este tipo de alimento gera uma sensação de estômago pesado e moleza.”

Ela também indica verduras e legumes, que são alimentos ricos em vitaminas, minerais, fibras e água, e por isso devem ser ingeridos com frequência e variedade. Assim como as frutas cítricas são uma boa pedida.

Já o médico ensina que a refeição mais indicada para a quarta-feira de cinzas é um prato de massa sem molho, pão, legumes, atum e frutas de sobremesa. 

Entenda o caminho do álcool pelo corpo e por que a ressaca aparece no dia seguinte

  • Arte/UOL

Para evitar

Café deve ser evitado, pois tem ação diurética e desidrata ainda mais o corpo. “Evite então o famoso café sem açúcar, que supostamente é recomendado para amenizar a dor de cabeça”, adverte Dias.

Também devem ser evitados molhos branco e vermelho, queijos amarelos, frituras, leite e carne vermelha após a ingestão de álcool, isso porque o pH do sangue fica mais ácido, então é recomendável evitar todos os alimentos ácidos e gordurosos.

Uma recomendação da nutricionista da Craisa para aqueles que exageraram no álcool é o repouso. Além disso, ela indica, mais uma vez, a ingestão de água e suco durante todo o dia, o que refletirá também no tempo de recuperação.

Já a também nutricionista Carolina Pedrosa aconselha a reduzir a ingestão de gorduras (carnes gordurosas, frituras, cremes, queijos amarelos) que podem sobrecarregar ainda mais a função hepática.

Alimentação leve

Ainda segundo a profissional, o consumo de alimentos leves e ricos em carboidratos, bem como de frutas e verduras deve ser mantido: “Dê preferência a sopas e caldos”, orienta.

A nutricionista Carolina Pedrosa indica chás como o de alecrim, que é antioxidante; de hortelã, que é anti-inflamatório, favorece a digestão e reduz a flatulência e o de de boldo, que é digestivo e hepatoprotetor.

"Oleaginosas (como nozes, castanhas e macadâmias) e abacate são bem-vindos, pois contêm ácidos graxos monoinsaturados que atuam protegendo a parede das artérias, que sofre com o aumento de toxinas no sangue. Além disso, são ótimas fontes de vitamina E , nutriente antioxidante", diz ela.

Além da dor de cabeça, azia e mal-estar geral, algumas pessoas ainda podem ter diarreia. Nestes casos, o gastroenterologista diz que a pessoa pode fazer um soro caseiro, pois ele é rico em sódio e a glicose, que ajudam a evitar a desidratação. Porém, se mesmo com isso a pessoa continuar passando mal, é importante procurar ajuda médica o quanto antes e evitar a automedicação.