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SP identifica 6 casos de novo vírus transmitido pelo mosquito da dengue

Do UOL, em São Paulo

09/06/2014 18h11

A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), identificou seis casos de infecção pelo vírus Chikungunya. Os pacientes são soldados do Exército brasileiro que vieram de uma missão de paz no Haiti.

Além de ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus, o vírus apresenta sinais e sintomas semelhantes aos da dengue: febre, dores no corpo e no fundo dos olhos, manchas vermelhas pelo corpo e dores nas articulações. A evolução da doença pode desencadear artrite e sequelas permanentes. Assim como na dengue, não há tratamento específico, apenas para atenuar os sintomas.

Em entrevista ao UOL Saúde em fevereiro deste ano, o infectologista Jessé Reis Alves, responsável pelo Check-up do Viajante do Fleury Medicina e Saúde, fez um alerta sobre a doença. "A Chikungunya manifesta-se com uma fase febril aguda que dura de dois a cinco dias, seguida de uma doença prolongada que afeta as articulações das extremidades. Uma parte dos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre seis meses e um ano".

Os soldados retornaram no último dia 5 de junho. As infecções foram confirmadas por análises de diagnóstico molecular da Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), realizadas pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório da Secretaria.

Imediatamente, agentes da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) fizeram ações de contenção e nebulização no Hospital Militar de Área de São Paulo e no Batalhão de Logística do Exército, em Campinas, locais por onde os soldados passaram.
       
Os pacientes estão em observação e estado de saúde deles é considerado bom e estável.

No Estado de São Paulo, dois casos importados confirmados da doença foram detectados em viajantes brasileiros procedentes do Sudeste Asiático no ano de 2010.

Epidemia

Em abril, uma pesquisa publicada no "Journal of Virology", revelou que o vírus Chikungunya estava prestes a invadir e se tornar uma epidemia sem precedentes nas Américas. 

De acordo com os pesquisadores, ainda que a doença seja desconhecida no país, os riscos de uma epidemia de proporções catastróficas são impulsionados pela Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em junho e julho, o que significa pessoas vindo de outros países ou cidades para ver os jogos em Estados de diferentes regiões do país.