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Brasil está preparado para resgatar paciente com ebola, diz Saúde

Camila Neumam

Do UOL, em São Paulo

22/08/2014 19h41

O governo afirma estar preparado para resgatar brasileiros que eventualmente possam contrair ebola em qualquer país a fim de receber tratamento no país. Eles serão transportados em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) e levados ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), na cidade do Rio de Janeiro, onde serão isolados e receberão tratamento. Se surgir um caso suspeito já dentro do território brasileiro, o ministério vai fazer o transporte até hospitais de referência, que estão espalhados em todos os Estados e no Distrito Federal.

Esse é o protocolo determinado pelo Ministério da Saúde, segundo o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

O ministério deverá avaliar "cada caso" antes de fazer o transporte binacional, levando em conta as condições de saúde do brasileiro e o seu vínculo no país onde esteja localizado.

Se tiver um emprego fixo, o governo vai questionar se a empresa pode fazer o transporte do compatriota. Caso contrário, aviões federais deverão fazer o trabalho.

“Vai ter que ser avaliado cada caso, se há condições de ser transportado, se trabalha em determinada empresa. Senão, vamos acionar o transporte aéreo para trazer esse cidadão ao Brasil. Está tudo bem estabelecido, estamos preparados”, afirma Jarbas Barbosa.

O INI, no Rio, conta apenas com dois leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para esses pacientes. Por isso, o ministério publicou nesta sexta-feira (22) uma nova lista de 31 hospitais de referência nos 26 estados, além do Distrito Federal, para onde os pacientes com suspeita de ebola devem ser encaminhados. 

Dias antes, o ministério havia divulgado uma lista maior, com 37 hospitais de referência para esse tipo de atendimento, no qual o Espírito Santo não estava contemplado. 

SUS: macacões impermeáveis em ambulâncias

Segundo Barbosa, o ministério faz semanalmente conferências com as secretarias estaduais de saúde a fim de dar treinamento sobre como proceder nestes casos. Mas afirmou que está a cargo dos estados financiarem a compra de EPIs.

Para garantir a segurança no transporte de possíveis doentes de ebola, o ministério vai distribuir macacões de segurança para profissionais de saúde das ambulâncias do Samu e de quem for fazer o transporte aéreo.

“Nenhuma secretaria pediu apoio financeiro. O equipamento mais caro já tinha sido distribuído para as 12 cidades sede da Copa. Agora vamos distribuir macacões nos outros 19 estados para serem usados em avião ou ambulância”, diz o secretário do Ministério da Saúde.

Na ocasião, as cidades-sede da Copa do Mundo receberam do governo kits com EPIs como prevenção de possíveis ataques de bioterrorismo.

Brasil tentou comprar remédio experimental

Segundo o protocolo do Ministério da Saúde, o paciente que chegar a um hospital com os sintomas de ebola será automaticamente isolado em uma sala na qual os profissionais de saúde usarão os EPIs.

Questionado se há possibilidade de o país usar o medicamento experimental ZMapp, utilizado no tratamento dos dois norte-americanos que sobreviveram à doença, Jarbas Barbosa disse que o país tentou comprá-lo, mas não encontrou estoque na empresa dos EUA.

“Duas semanas atrás fizemos o contato [com a empresa que fabrica o ZMapp], mas a droga estava indisponível. Estamos analisando e aguardando evidências. Por enquanto, não há droga capaz de curar o ebola”.