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Mortes por ebola chegam a 1.552 na África e podem somar 20 mil, diz OMS

Do UOL, em São Paulo

28/08/2014 14h14

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (28) que até 26 de agosto morreram 1.552 pessoas das 3.069 que contraíram o vírus ebola em quatro países da África ocidental: Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria.

O balanço anterior da organização, que destaca um avanço de forma acelerada da epidemia, registrava a morte de 1.427 pessoas e 2.615 casos de ebola até 20 de agosto.

O número de casos vem aumentando em virtude do surto da doença que afeta dos países da África ocidental desde fevereiro deste ano, que também já apresentou casos na República Democrática do Congo.

A Libéria foi o país mais afetado, com um total de 1.378 casos registrados, e 694 mortos. Na Guiné, onde a epidemia começou no início de 2014, foram registrados 648 casos, com 430 falecimentos. Em Serra Leoa o balanço é de 1.026 casos com 422 mortos e na Nigéria seis pessoas morreram dos 17 casos registrados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu hoje que o ebola poderá afetar até 20 mil pessoas, mas espera deter o avanço da doença nos próximos três meses.

"O número total de casos de febre hemorrágica pelo vírus ebola poderia superar 20.000", afirma a OMS, que no entanto espera deter o aumento de novos casos em três meses e "deter qualquer transmissão residual em seis a nove meses".

A epidemia, declarada no início do ano na Guiné, antes de se propagar para Libéria, Serra Leoa e posteriormente Nigéria, é a mais grave desde que esta febre hemorrágica foi identificada em 1976 na República Democrática do Congo.

Com o crescimento no número de casos, algumas companhias aéreas suspenderam na quarta-feira seus voos para Libéria, Guiné e Serra Leoa, tornando-os ainda mais isolados.

A francesa Air France anunciou a suspensão provisória a partir desta quinta-feira de seus voos a Freetown, mas os manteve na Guiné e na Nigéria.

O presidente nigeriano Goodluck Jonathan condenou o estigma sofrido pelo seu país, e denunciou o fato de a equipe nigeriana ter sido obrigada a se retirar dos Jogos Olímpicos da Juventude na China após uma decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) que exclui países afetados pelo ebola dos esportes de combate e da natação.

Por sua vez, em Londres a companhia farmacêutica GlaxoSmithKline e a organização médica não governamental Wellcome Trust, entre outros organismos, anunciaram que os testes de uma nova vacina contra o ebola serão acelerados e que ela começará a ser administrada em setembro em voluntários saudáveis de Reino Unido, Gâmbia e Mali.

O Japão ofereceu o remédio Avergan, produzido no país, que foi usado para combater a epidemia de gripe suína (H1N1). O remédio experimental ZMapp, usado no tratamento de americanos que sobreviveram à doença também é outra alternativa terapêutica para o ebola, mas todo seu estoque foi usado para esses casos e para ser enviado à África.

(Com AFP)