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Mulher vive sem parte do cérebro responsável pelo equilíbrio

Imagem à esquerda mostra um cérebro comum com cerebelo. O raio-X da direita registra o cérebro da chinesa sem cerebelo - Alex Luengo/ Shutterstock
Imagem à esquerda mostra um cérebro comum com cerebelo. O raio-X da direita registra o cérebro da chinesa sem cerebelo Imagem: Alex Luengo/ Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

12/09/2014 12h06

Médicos na China descobriram uma jovem de 24 anos que possui uma vida quase normal mesmo sem ter parte do cérebro.

A condição foi descoberta quando a mulher foi ao médico após ter um ataque de náuseas e vômitos por um mês. A paciente contou aos médicos que sofreu com tonturas a vida toda, que teve dificuldade para andar quando criança e só conseguiu caminhar aos quatro anos. A jovem afirma que sempre teve dificuldade de andar de forma contínua.

Quando os médicos examinaram o cérebro da mulher, descobriram que ela não tinha cerebelo, região do cérebro responsável pela manutenção do equilíbrio e postura corporal. Em seu lugar, os exames identificaram um buraco repleto de fluido cerebrospinal.

12.set.2014 - Raio-X mostra cérebro de mulher que aos 24 anos descobriu não ter cerebelo -  Feng Yu et al -  Feng Yu et al
Raio-X mostra cérebro de mulher que aos 24 anos descobriu não ter cerebelo
Imagem: Feng Yu et al

"A análise do cérebro não revela restos de quaisquer tecidos do cerebelo, atestando sua completa ausência", escreveram os médicos em um relatório publicado pelo periódico de neurologia de Oxford, Brain.

O cerebelo é responsável pela coordenação, manutenção do equilíbrio e pelos movimentos involuntários. Espera-se que pessoas com danos na área tenham graves limitações motoras.

Ao contrário das expectativas dos médicos, a ausência do cerebelo na chinesa resultou apenas em um leve e moderado problema motor e uma certa dificuldade na pronúncia das palavras. 

O caso fez com que os médicos concluíssem que um cérebro jovem tende a ser muito mais flexível e adaptável a anormalidades. Com a idade, essa notável capacidade pode diminuir, a capacidade de tolerar os danos fica mais limitada.

Esse não é o primeiro caso registrado de pessoas sem cerebelo. Outros oito casos semelhantes já foram registrados, segundo pesquisadores. Porém, a maioria dos casos envolviam crianças ou pessoas com deficiência mental grave, epilepsia ou grandes anormalidades estruturais no cérebro, e a maioria não sobreviveu à ausência da estrutura.