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RJ já tem plano de contingência e estoque de equipamentos para tratar ebola

Do UOL, no Rio

10/10/2014 07h59

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou nesta sexta-feira (10) já ter elaborado um plano de contingência para tratar casos de contaminação pelo vírus ebola. Na manhã de hoje, um paciente com suspeita de contaminação chegou à capital fluminense para realizar tratamento no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na zona norte da cidade.

De acordo com o órgão estadual, além do plano de contingência elaborado em parceria com Fiocruz, Corpo de Bombeiros e Secretaria Municipal de Saúde, há EPIs (equipamentos de proteção individual) estocado para os profissionais de saúde.

O paciente classificado como suspeito de infecção por ebola, o primeiro atendido no país desde que o surto da doença se espalhou pela África e fez várias vítimas, estava no município de Cascavel, no Paraná, quando recebeu o primeiro diagnóstico em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) local, na noite de quinta-feira (9).

Natural de Guiné, Souleymane Bah tem 47 anos e relatou ter tido febre alta entre quarta (8) e quinta (9). Até o início da noite de ontem, ele estava em bom estado geral e, mantido em isolamento total. O paciente viajou de Cascavel para o Rio em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira).

A transferência exigiu uma série de medidas que fazem parte de um protocolo internacional quando há casos suspeitos de ebola. A equipe estava paramentada com roupas especiais para evitar uma possível contaminação. O paciente, que também recebeu roupas especiais para a viagem, foi paramentado durante meia hora antes de seguir para o aeroporto.

Os três pilotos da aeronave da FAB também precisaram usar as vestimentas especiais para a viagem. O avião desembarcou na base aérea do Galeão, na Ilha de Governador, na zona norte do Rio. O paciente não passou pelas áreas comuns do aeroporto. Ele ficará totalmente isolado durante o período de observação.

Amostras de sangue do paciente serão coletadas e outros exames devem ser realizados para que a suspeita seja descartada ou não.

Surto

Mais de 3.400 pessoas morreram e outras 4.500 estão infectadas em Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria, segundo o último balanço da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Por sua extensão, a atual epidemia não tem precedentes. Mas isso acontece também fato de se manifestar em várias regiões povoadas. As anteriores estavam localizadas em regiões isoladas e menos populosas da África central. A maior epidemia em 1976 afetou 318 pessoas, a maioria das quais morreu.

O ebola é causado por um vírus que provoca febre tão alta que leva à perfuração de vasos sanguíneos e, consequentemente, a hemorragia interna. Não existe vacina ou tratamento comprovado para a doença.