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Para salvar mulher com leucemia, campanha pede doação de medula a orientais

Fabiana Ikeda sofre de leucemia e está em busca de um doador de medula óssea. Para encontrar um doador compatível, sua família lançou uma campanha nas redes sociais para que doadores de origem oriental possam se cadastrar e, com isso, aumentar suas chances de sobrevivência - Reprodução/Facebook
Fabiana Ikeda sofre de leucemia e está em busca de um doador de medula óssea. Para encontrar um doador compatível, sua família lançou uma campanha nas redes sociais para que doadores de origem oriental possam se cadastrar e, com isso, aumentar suas chances de sobrevivência Imagem: Reprodução/Facebook

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

15/12/2014 19h02

Desde o dia 10 de outubro, a rotina da servidora Fabiana Ikeda mudou. Diagnosticada com leucemia linfoide aguda (o tipo mais agressivo de doença), ela e o marido Daniel Oliveira começaram a procurar um doador. A busca está sendo dificultada por causa da falta de doadores orientais nos bancos de medula óssea no Brasil. Ela precisa encontrar um doador até janeiro para aumentar suas chances de vida.

Como é descendente de japoneses, a moradora de Brasília teria mais chances de encontrar alguém geneticamente compatível entre os orientais. Para encontrar o doador que pode salvar a sua vida, o casal lançou na internet a campanha “Você Pode Salvar Fabiana Ikeda”. O objetivo da campanha é fazer com que descendentes de japoneses, coreanos e chineses se cadastrem no banco de medula óssea no Brasil.

De acordo com Daniel Oliveira, que é jornalista, a campanha alcançou 1,3 milhão de pessoas até o momento só no Facebook. Além disso, usuários da rede social têm se mobilizado com mensagens pedindo um doador para a paciente. Na página da campanha, é possível ver vídeos de Fabiana pedindo apoio e todo o trabalho que usuários da rede social têm feito durante a campanha.

Daniel diz que o carinho que Fabiana tem recebido está a ajudando no doloroso tratamento. “Quando se faz quimioterapia, o corpo sente muito. Porém, ela tem visto como as pessoas se importam com ela e está encontrando forças”. Em 60 dias de tratamento, a quantidade de células doentes diminuiu de 90% para 8% do total de células de Fabiana.

Mesmo com a melhora, Daniel ressalta que é importante que o doador para Fabiana seja encontrado até janeiro. “É que em casos de leucemia linfoide aguda, a recidiva (volta das células doentes) é certa. E quando volta, ela é mais forte”, diz. Fabiana ainda não conseguiu achar o doador compatível. “Há 25 potenciais doadores. Mas foram feitos testes com quatro pessoas e não deu certo”.

Aumento de doadores

Apesar de ainda não encontrar o doador para Fabiana, Daniel aponta que o número de doadores já cresceu em alguns lugares devido à campanha. Tanto que alguns doadores estão com dificuldade para se cadastrar em bancos de São Paulo e Minas Gerais. “O nosso próximo objetivo é tentar quebrar essa limitação”, aponta Daniel Oliveira.

O jornalista já planeja os próximos passos da campanha. “Não adianta conseguirmos tantos doadores se eles não conseguem doar. Queremos uma mudança na lei para acabar com essa limitação”. Atualmente, há um limite de 3,5 milhões de doadores nos bancos de medula. O objetivo de Daniel é que o número chegue a 10 milhões. “Nesse caso, haveria 100% de chances de se encontrar um doador”.

O jornalista sabe que a esposa pode se tornar um símbolo para ajudar pacientes com leucemia. “Toda essa campanha está ajudando, mas sabemos que a história dela também poderá ajudar outras pessoas”, diz.

Como doar medula óssea

Quem desejar fazer o cadastro para doação de medula óssea deve se dirigir ao hemocentro mais próximo da sua cidade. Para fazer o cadastro, são retirados apenas 5 ml de sangue e são pegos dados pessoais do eventual do doador. Caso ele seja compatível com algum paciente, o hemocentro entra em contato e pede exames mais aprofundados.