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Terminada a greve, movimento nos hospitais do DF está menor que o normal

Na ala da emergência do Hospital Regional de Ceilândia, um dos maiores do Distrito Federal, os pacientes foram informados de que apenas um médico estava atendendo - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Na ala da emergência do Hospital Regional de Ceilândia, um dos maiores do Distrito Federal, os pacientes foram informados de que apenas um médico estava atendendo Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Aline Leal

Da Agência Brasil, em Brasília

20/01/2015 20h12

Em greve desde a última sexta-feira (16),  os médicos do Distrito Federal estão voltando ao trabalho, mas o movimento nos hospitais ainda está abaixo do normal. Os pacientes que estavam nos hospitais disseram ter receio de não ser atendidos. Depois que a Justiça determinou o fim da greve, sob pena de multa de R$ 80 mil, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico) convocou os profissionais a voltarem às atividades e adiantou a assembleia de amanhã (21) à noite para esta noite. Segundo nota do sindicato, a categoria está estudando as medidas legais cabíveis contra a decisão judicial.

O SindMédico havia dito que o atendimento de urgência e emergência não seria afetado. Mesmo assim, pacientes reclamaram que a demora hoje (20) estava maior na emergência. Na emergência do Hospital Regional do Guará, segundo a técnica administrativa Ana Matias, que recebe os pacientes, não houve atendimento na manhã de hoje (20), mas, à tarde, uma ginecologista estava trabalhando.

Segundo a funcionária, a dificuldade vai além do período de greve. “O hospital está sem remédio”, disse Ana, acrescentando que a instituição sempre sofre com a falta de clínicos gerais. Ela disse que hoje a demanda foi menor, deduzindo que os pacientes, sabendo da greve, não procuraram o hospital.

Enquanto isso, a brigadista Eliene Vieira estava há três horas na fila de agendamento para marcar uma consulta com um cardiologista no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). “Cheguei às 13h e até agora [16h] a fila não andou, ninguém diz se a gente vai conseguir marcar ou não”. Logo depois, uma funcionária informou que os pacientes deixariam os dados, mas não havia vagas para agendamento.

Na ala da emergência do Hospital de Ceilândia, um dos maiores do Distrito Federal, os pacientes foram informados de que apenas um médico estava atendendo, mas a administração da casa de saúde não falou com a reportagem para confirmar o número.

Na fila, estava Maria Aparecida Alves, esperando atendimento para a neta, Maria Vitória, de 5 anos, que estava com o braço quebrado e precisava trocar o gesso. “Disseram que estão atendendo, mas já estou aqui faz mais de uma hora e não me deram certeza de que ela vai ser atendida”, disse.

Na emergência infantil, Paulo César Batista, que mora em Águas Lindas, Goiás e estava com o filho Levi, com febre desde a madrugada, esperava ser atendido por um pediatra havia mais de duas horas. “Primeiro eu fui para Brazlândia, ainda dea manhã, mas lá me disseram para vir aqui ao HRC. Cheguei umas 14h e disseram que tem uma médica atendendo, mas não tem nem triagem para dizer o que é grave e o que não é. Ainda não sei se meu filho vai ser atendido.”

No Hospital Regional de Taguatinga, também um dos maiores da região, funcionários disseram que  o atendimento estava normal, tanto no pronto-socorro quanto na parte ambulatorial. “Eu tinha consulta marcada com uma ginecologista e fui atendida normalmente, graças a Deus”, disse a funcionária pública Clarissa Gomes.