Mulher relata como é a relação com marido paciente de Ela
Gilberto Ramos, 43, descobriu ser portador de esclerose lateral amiotrófica (Ela) em maio de 2011. Até alguns meses antes, ele trabalhava em uma indústria siderúrgica, quando não conseguiu segurar uma peça. Em março de 2012, começou a andar na cadeira de rodas. Em 2013 passou a se alimentar por sonda. No começo de 2014, ele perdeu a voz, mas não o bom humor, é o que relata sua mulher, Jô Correa, 34,
"Quando recebemos o diagnóstico ficamos bem tristes. Gilberto era um cara ativo, estava no auge da carreira profissional, dava aulas à noite e trabalhava durante o dia. Consultamos vários médicos. A partir do momento em que ouvimos três opiniões e o diagnóstico foi confirmado, os amigos da empresa onde ele trabalhava conseguiram o remédio Riluzol, para atrasar os feitos da doença. Amigos e familiares começaram a se movimentar para organizar consultas, sessões de hidroterapia, horário com fonoaudióloga. O que o plano fornecia e o que era um direito que o governo tinha que fornecer, nós corremos atrás. Quando descobrimos que era uma doença sem cura e sem tratamento, mas com medidas paliativas para postergar o avanço, começamos a procurá-las. Se você para o bicho pega, se você corre ele pega, o jeito é continuar. Havia a tristeza, mas não podíamos ficar lamentando porque a vida estava correndo. Tínhamos que achar maneiras de sermos felizes nas coisas simples. Adaptei o carro e sempre que era possível viajava e passeava com ele.
Gilberto é um paciente diferente, não é depressivo. É uma doença ruim, mas temos aprendido a ser felizes na situação em que vivemos.
Nós conversamos muito, acreditamos em Deus e temos fé. Podem acontecer coisas boas, não ficamos pensando no ruim. Deus pode fazer um milagre, os médicos podem achar uma cura. Enquanto isso não acontece, fazemos o possível para que ele viva da melhor forma."
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