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Mulher que se masturba muito está colocando a saúde em risco?

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Imagem: Thinkstock

Mirthyani Bezerra

Do UOL. em São Paulo

07/03/2015 06h00

Os especialistas entrevistados pela reportagem do UOL afirmaram que quem dita a frequência da masturbação é a mulher e o seu desejo sexual. “O ideal é que seja uma rotina. Todo dia, à noite antes de dormir. Tem que ser como tomar banho e escovar os dentes. Se quiser ter orgasmo todo dia, está ótimo”, afirma o especialista em ginecologia Maurício Luiz Peixoto.

Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Prosex (Programa de Estudos em Sexualidade) da USP (Universidade de São Paulo), o mais importante é “estar a fim”. “Obrigar-se a se masturbar não é uma prática que vai ter resultados positivos. Tem que ter disposição. Não é o simples fato de massagear o clitóris ou fazer incursões com os dedos que vai, sem a excitação, resultar em bem-estar”, diz.

A especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Maria Elisa Noriler, coordenadora do ambulatório de Ginecologia Endócrina do Hospital Municipal Maternidade Escola de Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo, recomenda às pacientes não ficar mais do que sete dias sem atividade sexual. “É um exercício, fazendo mais, a sensação será melhor, vai melhorar a libido, e vai surgir a necessidade de fazer regularmente. A mulher tende a se acomodar na sua vida sexual mais facilmente. Tem que ter estímulo”, diz.

Por outro lado, pessoas que se masturbam três, cinco ou até dez vezes ao dia podem ter uma compulsão sexual. “Compulsivos sexuais precisam de muita atividade sexual em curto espaço de tempo. Essas pessoas podem se machucar com o excesso de fricção, se sentirem mais enfraquecidas fisicamente pelo gasto de energia. E quando a pessoa se masturba constantemente e não tem relação sexual pode acabar se acomodando e abrindo mão de um relacionamento com um parceiro ou parceria”, afirma Carmita Abdo.

Ela reitera que não há problema na diminuição dos encontros sexuais se essa for uma escolha da mulher, “desde que para ela seja satisfatório e que não sinta falta de uma vida sexual a dois, tudo bem”.