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Conheça os principais métodos anticoncepcionais

Philippe Huguen/AFP
Imagem: Philippe Huguen/AFP

Juliana Passos

Do UOL, em São Paulo

14/04/2015 19h27

Os médicos orientam para que a escolha do método anticoncepcional seja feita sob orientação de um profissional da saúde, especialmente o ginecologista. O progestógeno, hormônio presente quase todos os métodos contraceptivos, tem diversos efeitos colaterais como: o aumento do apetite e ganho lento de peso, depressão, fadiga, cansaço, diminuição da libido, acne e pele oleosa, aumento do tamanho das mamas (tecido alveolar), aumento dos níveis do mau colesterol (LDL) e diminuição do bom colesterol (HDL) e influência no diabetes ao aumentar a resistência à insulina. Conheça os principais métodos anticoncepcionais, seus benefícios e efeitos colaterais:

Hormonais

Pílula oral

A pílula anticoncepcional é um comprimido que contém hormônios (substâncias químicas) parecidos com os hormônios que a mulher produz em seu corpo. Para usar qualquer uma das pílulas acima, é importante que a mulher (adolescente, jovem ou adulta), após escolher a pílula como método anticoncepcional, procure um serviço de saúde para receber as informações e orientações corretas sobre como usar o método, bem como suas características. 

Adesivo

Possui um formato de adesivo quadrado e contém hormônios parecidos com os da pílula, que são liberados na corrente sanguínea. A mulher deve escolher uma parte do seu corpo em que não haja fricção por roupas justas, como nas nádegas, barriga, parte superior externa do braço ou parte superior do dorso. Para evitar irritação na pele, deve-se aplicar cada adesivo em um local diferente. Depois de três a quatro semanas, se pode repetir a colocação no mesmo lugar.

Anel vaginal

Anel de plástico flexível e transparente, que contém hormônios semelhantes aos da pílula. A mulher deve implantar o anel nos primeiros cinco dias da menstruação, sendo que o anel deve permanecer dentro do canal da vagina por 21 dias para então ser retirado. Somente após sete dias de intervalo um novo anel deve ser recolocado. Durante esses sete dias de descanso, a menstruação deverá ocorrer e a mulher pode ter relações normalmente sem proteção adicional.

Benefícios do anel:

Regula o ciclo menstrual, diminui a frequência e a intensidade das cólicas menstruais, a incidência de gravidez ectópica, câncer de endométrio, câncer de ovário, cistos de ovário e doença inflamatória pélvica; facilita o retorno da fertilidade após termino ou interrupção da cartela. 

Efeitos colaterais:

Náuseas (mais comum nos três primeiros meses), dor de cabeça, leve sensibilidade nos seios e ganho de peso. Nervosismo. Alterações do ciclo menstrual, ou seja, manchas ou sangramento nos intervalos entre as menstruações, ausência de menstruação, alteração do humor, diminuição da libido.

Implante

O cilindro, feito de um plástico especial, contém hormônios de progestógeno e é colocado embaixo da pele, habitualmente no braço. O cilindro de plástico, aos poucos, vai liberando de maneira eficiente e contínua pequenas doses diárias de hormônio, alcançando o efeito anticoncepcional desejado. A colocação é feita por um profissional de saúde durante os sete primeiros dias do ciclo menstrual, ou a qualquer momento do ciclo desde que se tenha certeza que a mulher não está grávida. A duração do implante (efeito anticoncepcional) é de três anos, sendo que, após esse período, o implante deve ser retirado e substituído por um novo se a mulher deseja continuar usando este método.

Efeitos colaterais:

Sangramento frequente ou ausência de menstruação em um período de 90 dias. Acne, dor nas mamas, exaqueca, aumento de peso, dor abdominal, diminuição da libido, tonturas, dor no local da injeção, variações de humor, sintomas similares aos da influenza (gripe), náuseas acontecem com frequência muito baixa. Em geral os efeitos colaterais diminuem com o tempo de uso e são de baixa frequência depois de seis meses de uso.

Injeções

Elas podem ser de dois tipos: mensalmente com a aplicação de dois hormônios ou a cada três meses apenas com progestógeno. Funcionam de formar similar à pílula, mas o hormônio é aplicado diretamente na corrente sanguínea com uma injeção.

Efeitos colaterais:

Pequeno sangramento nos intervalos entre as menstruações e sangramento prolongado, ganho de peso (principalmente na trimestral), dor de cabeça leve, vertigens, náuseas e vômitos.

Métodos comportamentais

Com a ajuda do parceiro, é possível alcançar uma eficácia alta com método de observação do comportamento do corpo da mulher, respeitando o período de abstinência dos seis dias de ovulação. De acordo com a organização não governamental Reprolatina, 20% das mulheres engravidam no primeiro ano ao usar estes métodos.

Tabelinha

Os dias férteis são calculados a partir de uma média do ciclo da mulher com base nos últimos seis meses. Para mulheres que tenham ciclos mais longos que 33 dias ou menores que 26, o ideal é procurar outro método. Para utilizar-se do método, a mulher deve anotar o dia da menstruação e contar o período fértil no calendário para saber quando se está sujeita a engravidar. Para calcular o período fértil, é necessário considerar que a concepção acontece sempre no meio do ciclo, ou seja, em torno do 14º dia após a menstruação, com variação do número dias em cada mulher. Nos três dias antes e três depois, a mulher deve evitar correr o risco de penetração sem camisinha. 

Temperatura

Para utilizar esse método é preciso muita disciplina e anotar diariamente a temperatura basal (na boca, vagina ou ânus) antes de se levantar. Nos períodos fertéis, após a ovulação, a temperatura sobe de 0,2°C a 0,4°C. Vale lembrar que outros fatores podem alterar a temperatura, como o início de uma gripe. Ao adotar o método, as relações só devem ser praticadas três a quatro dias após a elevação permanente da temperatura.
 

Muco cervical

A mulher precisa avaliar diariamente - mas nunca após uma relação sexual ou período de grande excitação - seu muco vaginal, ao colocar dois dedos na vagina ou utilizar um papel higiênico. Se estiver seco ou bastante líquido, não há ovulação. Em caso de muco espesso, a ovulação está ocorrendo.

Temperatura: os dias férteis se calculam pela variação da temperatura corporal, que sobe depois da ovulação. Para adotar o método, é preciso tirar a temperatura diariamente, pois a variação em relação à média dos últimos seis meses é de 0,2°C a 0,4°C.

Camisinha feminina

Pode ser colocada até oito horas antes da relação sexual e impede o contato do pênis com a vagina, evitando doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez. O desconforto e a perda da sensibilidade são os principais contras do método.

Camisinha masculina

Só pode ser colocada com o pênis ereto. O desconforto e a perda da sensibilidade são os principais argumentos contrários ao método, mas ela previne doenças sexualmente transmissíveis.

DIU

Objeto feito de plástico em forma de "T", contendo arame de cobre fino enrolado na sua haste vertical e manguitos de cobre nos seus braços horizontais, o DIU é colocado dentro do útero da mulher para impedir a concepção. O cobre afeta os espermatozoides, matando-os ou diminuindo sua movimentação dentro do útero, o que impede a fecundação. O DIU hormonal (Mirena) altera o muco cervical (produzido pelo útero e com ação bactericida) e a cavidade uterina, podendo em alguns casos inibir também a ovulação. A colocação deve ser feita por um profissional de saúde. O DIU é colocado dentro do útero e pode permanecer ativo, com efeito anticoncepcional, por até dez anos. A taxa de falha é de cerca de 0,5%.

Efeitos colaterais:

Inflamação do endométrio, alterações no ciclo menstrual (comum nos primeiros três meses, geralmente diminuindo depois deste período), sangramento menstrual prolongado e volumoso, sangramento no intervalo entre menstruações, cólicas de maior intensidade ou dor durante a menstruação.

Ligadura de trompas

Cirurgia feita no aparelho genital da mulher, em que as trompas de Falópio (tubas uterinas) são cortadas e amarradas. É um método permanente, que deixa de ter efeito apenas se for realizada outra cirurgia para desfazer a ligadura.

Diafragma

Membrana de silicone em forma de cúpula circundada por um anel flexível que fica em formato de "8" quando comprimido. A correta adaptação à vagina deve ser feita com acompanhamento de um médico para retirada das medidas, que devem variar de 50 mm a 105 mm. A Febrasgo (Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia) recomenda que o diafragma seja usado em associação a um creme ou geleia espermicida, para aumentar a eficácia contraceptiva, além de proporcionar lubrificação para mais fácil inserção.

As críticas ao método afirmam que ele:
• aumenta o risco de infecções urinárias, especialmente se o diafragma tiver um diâmetro maior do que o necessário para aquela usuária;
• não pode ser usado por mulheres com alterações anatômicas do tipo prolapsos anterior, posterior ou apical, pela dificuldade de adaptação;
• pode ocasionar reação alérgica;
• o diafragma deve permanecer na vagina após a última relação mantida, por pelo menos seis horas, e não deve permanecer por mais de 24 horas.