No DF, falta de remédio põe em risco pacientes que receberam transplante
Pacientes que receberam transplantes de coração ou rins no Distrito Federal agora enfrentam a falta de medicamentos que combatem a rejeição ao novo órgão. Na rede pública, o medicamento já está em falta há um mês. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, o abastecimento deverá ser normalizado em, no máximo, dez dias.
"Os órgãos recebidos pelos transplantados são geneticamente diferentes. Logo, os pacientes têm que receber os medicamentos chamados imunossupressores, como o Sirolimo, para o resto da vida. A partir de 24 horas sem a ingestão do remédio, o paciente já corre o risco de rejeição", disse um médico que preferiu não se identificar.
O motorista Jadielson Alves está sem a medicação há um mês. Ele recebeu um transplante de rins em 2012 e não tem condições de comprar o Sirolimo, cuja caixa com 60 comprimidos custa cerca de R$ 2.500. "É muito caro, mais que meu salário. Estou muito preocupado. Os médicos me explicaram que, sem o remédio, o funcionamento do órgão vai se agravando diariamente. Fiz alguns exames para saber como os meus rins estão, mas os resultados saem apenas na semana que vem."
O aposentado Aristófanes José Dantas Costa, 66, recebeu um transplante de coração em 2007 pelo Instituto de Cardiologista do Distrito Federal, após ficar seis meses na fila de espera. A filha, Elissandra Dantas Borges, 38, conta que está com medo. "A qualquer momento o órgão pode ser rejeitado e dificilmente o paciente escapa com vida."
Segundo a autônoma, os médicos da área de transplantados estão desesperados. "Eles não sabem mais o que fazer. Estão apelando para os próprios pacientes e familiares. Eles nos aconselharam a divulgar o fato nas redes sociais e na imprensa."
A Secretaria de Saúde informa que está em fase final o processo de compra emergencial do medicamento Sirolimo. O abastecimento deverá ser normalizado em até dez dias. A pasta informa, ainda, que atualmente 67 medicamentos estão em falta nas farmácias da Secretaria de Saúde, devido a problemas como falta de oferta nas indústrias e falta de matéria-prima. "Todo estoque estará normalizado em aproximadamente dois meses", disse por meio de nota.
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