Retirar "camada a mais" de tecido reduz chance de volta do câncer de mama
A retirada de uma "camada a mais" de tecido durante a mastectomia diminui a chance de que o câncer possa se desenvolver novamente, segundo uma pesquisa científica. O estudo foi publicado na publicação científica "New England Journal of Medicine" e apresentado no congresso norte-americano de oncologia, promovido pela Asco (American Society of Clinical Oncology), em Chicago (EUA), neste final de semana.
Até então, se imaginava que esta área que envolve o tumor de mama era saudável e deveria ser mantida, mas, segundo essa pesquisa, a volta do câncer pode estar associada ao resto de tecido da mama que era mantido em quase todas as cirurgias e que parecia saudável. O estudo testou a remoção de uma parte maior da mama que se estava acostumado e o resultado foi a diminuição da chance da paciente ter de passar por uma segunda operação em 50%. A técnica é chamada de "cavity shaving", que pode ser traduzida como "raspagem da cavidade".
O médico do Centro de Câncer da Universidade de Yale e líder do estudo Anees Chagpar afirmou que o resultado da pesquisa é forte o suficiente para que os procedimentos cirúrgicos das mastectomias sejam mudados daqui para frente.
A Asco
A Asco é considerada a maior plenária científica de oncologia do mundo, reunindo neste ano mais de 5.000 trabalhos e 30 mil participantes. O evento dura até terça-feira (2), em Chicago (EUA). Milhares de médicos apresentam seus trabalhos para outros milhares de pesquisadores, cirurgiões, estudantes e membros da indústria farmacêutica. Novos medicamentos e técnicas são geralmente lançadas nesse encontro, que pauta a agenda científica oncológica do ano todo.
*A jornalista viajou a convite da farmacêutica Janssen
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