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Campinas (SP) enfrenta pior epidemia de dengue da história

Pacientes com dengue são atendidos em hospital em Campinas, em imagem de 21 de abril - Pedro Amatuzzi/Código 19/Estadão Conteúdo
Pacientes com dengue são atendidos em hospital em Campinas, em imagem de 21 de abril Imagem: Pedro Amatuzzi/Código 19/Estadão Conteúdo

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

05/06/2015 12h16

Na casa da esteticista Rosana de Camargo Juvenal, de 51 anos, em apenas uma semana, ela e o filho adoeceram em decorrência da dengue. Rosana e o filho são apenas duas das 44.528 pessoas infectadas no município em 2015. O número representa a pior epidemia de dengue em Campinas (a 93 quilômetros de São Paulo) da história. Em média, 300 pessoas contraíram o vírus diariamente no município.

Febre alta, dor no corpo, diarreia e muita coceira são alguns dos sintomas citados por Rosana. "Isso já faz quase um mês e até hoje ainda temos alguns sintomas. Não posso nem pensar em passar por isso de novo", disse.

Somente nos primeiros cinco meses de 2015, o número já é 4,3% superior ao total de 2014, quando foram contabilizados 42.122 casos e 10 mortes, até então, a maior epidemia da cidade. O balanço foi atualizado nesta semana pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), do Estado de São Paulo.

No boletim anterior, a cidade somava 38.039 casos de dengue e sete mortes pela doença. Até agora, são 43.905 autóctones -- adquiridos no município – e 623 importados -- quando o paciente é infectado em outra cidade. Enquanto foram registrados 11.878 casos em abril, em maio o índice baixou para 1.491. Neste ano, o pico da epidemia ocorreu em março, quando 22.852 foram infectados pelo vírus.

O município ainda não tem registros de chikungunya e zika vírus, ambos também transmitidos pelo Aedes aegypti. No ano passado, Campinas foi a cidade com mais casos de dengue no país, segundo o Ministério da Saúde.

Segundo o coordenador do Programa Municipal de Controle de Arboviroses, André Ribas Freitas, os dados divulgados pelo Estado confirmam a continuidade da epidemia iniciada no ano passado. "Na nossa avaliação, a situação deste ano mostra que nós não conseguimos suspender a epidemia registrada no ano passado e não podemos deixar de prevenir a doença nos próximos meses, quando os números diminuem, para barrarmos a transmissão no próximo ano", disse.

Freitas afirma que a situação é grave e que, apesar de os números já estarem diminuindo nas últimas semanas, o mais importante é continuar com a prevenção da doença para começar o próximo ano em uma situação melhor, inclusive para reduzir as chances de transmissão da chikungunya e do zika vírus. "Já temos um caso de zika vírus em Sumaré, que está aqui ao nosso lado, a chance dele já estar circulando aqui é bem grande. Por isso, temos que continuar combatendo ao mosquito", diz.