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Exposição ao DDT quadruplica risco de câncer de mama

Homem aplica DDT em lavoura norte-americana nos anos 60 - Wikimedia Commons
Homem aplica DDT em lavoura norte-americana nos anos 60 Imagem: Wikimedia Commons

Do UOL, em São Paulo

16/06/2015 16h57

Um estudo publicado nesta terça-feira (16) na revista científica The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism conclui que a exposição ao pesticida DDT durante a gravidez pode aumentar o risco de se desenvolver câncer de mama em quatro vezes. A pesquisa foi feita com dados do plano de saúde da Fundação Kaiser, localizada em Oakland, na Califórnia, Estados Unidos.

O DDT é um agrotóxico altamente persistente no meio ambiente e na cadeia alimentar, além de possuir características carcinogênicas e de alteração endócrina.

Os pesquisadores analisaram números encontrados entre 1959 e 1967, datas em que o DDT era fortemente usado nas lavouras norte-americanas. Neste período, os dados de mulheres cujas mães tinham altos níveis de DDT em seu sangue indicavam que elas tinham quatro vezes mais risco de desenvolver câncer de mama. Os cientistas compararam os dados destas com outras mulheres que tinham inclusive o mesmo histórico de câncer na família, para que a pesquisa determinasse com exatidão os danos do pesticida.

No laboratório, os pesquisadores concluíram que o DDT ativa o gene HER2 nas células mamárias, que aparece em alguns tipos de câncer de mama.

Banido no mundo

O pesticida foi proibido nos Estados Unidos há 40 anos. No Brasil, o DDT teve sua retirada do mercado em duas etapas: em 1985, teve sua autorização cancelada para uso agrícola; e em 1998, foi proibido para uso em campanhas de saúde pública. A fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, e comercialização do DDT só foi banida no Brasil em 2009.

Apesar disso, o pesticida ainda é usado em alguns países. A OMS (Organização Mundial da Saúde) defende que o pesticida seja usado para erradicar a malária em algumas circunstâncias, já que o agrotóxico elimina o mosquito transmissor da doença.