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Somos gratos, salvaram uma vida, diz tio de bebê enrolado em saco de lixo

Bebê prematuro foi enrolado em manta e saco de lixo para manter temperatura corporal - Reprodução/Facebook
Bebê prematuro foi enrolado em manta e saco de lixo para manter temperatura corporal Imagem: Reprodução/Facebook

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

07/07/2015 13h46

Apesar de criticar a falta de estrutura do hospital municipal de Santa Inês (a 246 km de São Luís), no interior do Maranhão, a família do bebê que precisou ser enrolado por uma manta e um saco de lixo por conta da falta de incubadora livre é só elogios à equipe médica que fez o parto e cuidou dos gêmeos prematuros nascidos em 30 de junho.

A foto do bebê enrolado no plástico foi divulgada nas redes sociais nesta segunda-feira (6) e causou comentários de protestos.

O tio dos gêmeos, Osvaldo Mendes Carvalho Júnior, disse ao UOL que os recém-nascidos seguem internados no hospital Juvêncio Matos, em São Luís, sem previsão de alta. Mesmo assim, assegura que a internação ocorre para que as crianças se desenvolvam mais. “Eles estão muito bem”, contou.

Segundo Júnior, toda família está agradecida ao atendimento médico recebido na cidade natal. “A equipe lá tratou os bebês devidamente, fizeram tudo o que tinha que ser feito. Enrolaram no saco simplesmente pela precariedade do local, que não tem estrutura, mas usaram o recurso certo e salvaram a vida dos meninos. Somos gratos”, disse.

A mãe dos bebês está na casa da irmã, na capital maranhense, e também está bem após o parto normal. “Os bebês ficaram internados porque são prematuros e, quando os médicos verificarem que eles estão prontos, vão dar alta. Eles estão sendo bem auxilados, com toda providência. A mãe também não foi operada e está em casa, visitando os bebês todos os dias. Ela tem toda assistência médica e da família”, afirmou.

Sobre a repercussão do caso, a família alega que ela trouxe reflexo positivo. “Na verdade, essa exposição não é legal para ninguém. Mas foi importante que aconteceu, porque já soube que chegaram mais quatro incubadoras. Repercutiu positivamente, e estamos satisfeitos porque todos agora poderão ser amparados”, explicou.

Faltou incubadora

Segundo o diretor do hospital municipal de Santa Inês, Tomaz Martins, o procedimento de enrolar o bebê em um saco plástico ocorreu porque não havia incubadora livre no momento para colocar os dois recém-nascidos.

"A mãe foi atendida antes do parto e recebeu atendimento durante e depois do parto. Só que foram gêmeos e temos duas incubadoras; uma já estava ocupada. Então um dos bebês foi para a desocupada e o outro ficou em um berço, que foi aquecido da maneira correta", disse.

Ele disse ainda que houve um interpretação equivocada da foto. "Era um plástico que não era nada usado. A criança foi para casa assim. A pediatra enrolou com uma manta por baixo, colocou o plástico por cima e iria enrolar outra manta. Antes dela proceder o fechamento, tiraram essa foto e fizeram essa interpretação. O importante é que as crianças estão bem", assegurou.