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Hospital público de Alagoas tem superlotação e atende pacientes no chão

Homem que teve parada cardíaca recebe massagem cardíaca no chão do Hospital Geral do Estado de Maceió (AL) - Reprodução Facebook
Homem que teve parada cardíaca recebe massagem cardíaca no chão do Hospital Geral do Estado de Maceió (AL) Imagem: Reprodução Facebook

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió (AL)

04/09/2015 20h43

Os pacientes que buscam atendimento de urgência em Maceió (AL) enfrentam problemas no único hospital público que presta este tipo de atendimento na capital, o HGE (Hospital Geral do Estado), localizado no bairro Trapiche da Barra. As enfermarias do hospital estão superlotadas e pacientes são atendidos no chão por falta de leitos. Diversos vídeos foram publicados em redes sociais mostrando pacientes sendo atendidos no chão.

Imagens feitas por funcionários do HGE mostram a situação crítica da área vermelha do hospital (onde estão os pacientes mais graves). Macas estão empilhadas e quase não há espaço para circulação dos profissionais para atender os pacientes. Pacientes aparecem em cima dos colchões sem lençol e um homem que teve parada cardíaca recebe socorro médico no chão.

O presidente do Sinmed, Wellington Galvão, critica a sobrecarga do HGE porque o Estado não construiu um novo “É inadmissível uma capital com quase um milhão de habitantes ter apenas um hospital público para urgência e emergência. O HGE vive superlotado e quando chamamos a imprensa, o Estado dá alta ou transfere os pacientes para a rede privada para não haver flagrante dos problemas do local", criticou o presidente do Sinmed, Wellington Galvão.

Maceió é a única capital do Nordeste que não tem uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) em funcionamento, pois aguarda, há quase dez meses, o início dos atendimentos de duas unidades construídas pelo governo estadual nos bairros Trapiche da Barra e Benedito Bentes. As UPAs aguardam a contratação de duas Organizações Sociais para gerir a administração. Em março, o município prometeu que as UPAs entrariam em funcionamento nos meses de abril e de junho, respectivamente, o que não ocorreu. Cada unidade tem capacidade para atender até 450 pacientes de emergência, por dia.

Desde junho deste ano a unidade tem registrado aumento no número de atendimentos. Segundo o HGE, no mês de maio foram registrados 11 mil atendimentos, enquanto nos meses de junho e julho o número de pacientes aumentou para quase o dobro, com o registro 20 mil e 17 mil, respectivamente. De acordo com um balanço prévio do mês de agosto, o número de atendimentos diários passou de 450 para cerca de 600, informou o HGE.

Sobre as UPAs, a prefeitura de Maceió informou que a Secretaria Municipal de Saúde assinou o contrato com a OS Isac (Instituto Saúde e Cidadania) no mês de junho para iniciar a gestão da UPA do Trapiche da Barra. Segundo a prefeitura, o processo sofreu atraso porque outra empresa concorrente foi desclassificada e ingressou com recurso na Justiça. Porém, a "seleção de pessoal está em andamento, conforme cronograma do contrato com a Isac".

Em relação à UPA do Benedito Bentes, a prefeitura afirmou que "duas empresas foram consideradas aptas para gerir a unidade e as propostas estão sob análise, dentro do prazo legal da licitação". A prefeitura não informou quando as UPAs iniciarão os serviços.