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Você sabe medir batimentos cardíacos? Aprenda a identificar alterações

Bia Souza

Do UOL, em São Paulo

02/10/2015 06h00

Seu coração está acelerado? Sentiu uma palpitação? É paixão, ansiedade, correria ou doença? Descobrir se seus batimentos então fora do normal é bem simples e um autoexame diário pode te dizer se é caso de procurar um médico.

O normal é que as batidas do coração fiquem entre 60 e 100 por minuto. Quando o coração bate fora deste ritmo, é uma arritmia cardíaca que deve ser avaliada por um especialista.

A taquicardia, quando o coração bate mais de 100 vezes por minuto, e a bradicardia, abaixo de 60, são os sintomas mais perceptíveis da arritmia, mas não são os únicos. Tonturas, cansaço e mal-estar também podem ser sinais de alterações.

Morte súbita

Embora a maioria das arritmias não provoque danos, algumas são bem sérias, já que o coração não bombeia sangue suficiente para o corpo, danificando os órgãos. A mais séria leva à morte súbita.

"Nem sempre o paciente sabe que tem alguma coisa. O problema da morte súbita é que muitas vezes ela é o primeiro sintoma do problema cardíaco", explica a cardiologista Giselle Peixoto, coordenadora do Centro de Pesquisas de Arritmias do Incor (Instituto do Coração da Universidade de São Paulo).

AVC

A fibrilação atrial, um tipo de arritmia em que os batimentos são rápidos e irregulares, aumenta o risco de um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. Esta alteração, muitas vezes silenciosa, é mais comum em idosos. 

"Essa fibrilação gera coágulos no coração, que podem migrar em direção ao cérebro, causando um AVC. E isso pode provocar danos como a perda da fala, paralisias e outras sequelas", explica o cardiologista Luiz Pereira de Magalhães, presidente da Sobrac (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas). "Com o autoexame as irregularidades podem ser percebidas dando a chance do paciente procurar o médico mais cedo.”

Tratamento

Os principais exames para identificar problemas cardíacos são teste ergométrico, eletrocardiograma e Holter, aparelho que registra o batimento cardíaco enquanto o paciente pratica atividades cotidianas.

O tratamento pode variar. No caso da bradicardia, pode ser indicado o uso de um marcapasso, um equipamento implantado embaixo da pele que emite impulsos elétricos para corrigir falhas da no ritmo cardíaco.

No caso da taquicardia, o médico pode indicar a implantação de um desfibrilador automático, que detecta mudanças e, caso necessário, emite um choque para corrigir os batimentos do coração.

Além destes métodos, os tratamentos podem incluir medicamentos e cirurgias.

Apesar de não haver medidas que evitem arritmias, os médicos fazem algumas recomendações. "A morte por arritmia pode ser prevenida controlando hipertensão, diabetes, preferindo uma alimentação saudável, evitando fumar, e com a prática de exercícios. E uma vez descoberta a doença é importante buscar tratamento", ressalta Magalhães.