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Bebê que nasceu com 380 gramas recebe alta em Porto Alegre

Vitória nasceu com 380 gramas e após 117 dias internada, vai ter alta, já com 2,18 kg, em Porto Alegre (RS) - Divulgação PMPA
Vitória nasceu com 380 gramas e após 117 dias internada, vai ter alta, já com 2,18 kg, em Porto Alegre (RS) Imagem: Divulgação PMPA

Lucas Azevedo

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre (RS)

04/11/2015 13h01

Depois de quatro meses internada desde o seu nascimento, Vitória, de 4 meses, receberá alta nesta quarta-feira (4). A alta, do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, em Porto Alegre (RS), é encarada como uma grande conquista para médicos e familiares do bebê, que foi classificado como "prematuro extremo". Todo seu corpo cabia na palma de uma mão. A menina, que nasceu com 380 gramas e apenas seis meses de gestação, sobreviveu sem sequelas. Hoje, Vitória está com 2 quilos e 180 gramas e depende de apenas alguns exames para deixar o hospital.
 
A criança nasceu no dia 7 de julho prematuramente devido a complicações no quadro de saúde da mãe, a comerciária Lisandra Perna, 25 anos. Sofrendo de hipertensão, ela foi aconselhada pelos médicos a se submeter a uma cesariana assim que exames mostraram que Vitória estava tendo dificuldades em crescer dentro do útero.
 
Depois do nascimento, a menina passou por uma série de cuidados especiais. Seus órgãos internos já estavam formados, mas ainda não possuíam condições de funcionarem sozinhos. A menina não podia respirar sem auxílio de ventilação mecânica, por exemplo. Já a alimentação só chegava ao aparelho digestivo através de sondas, enquanto sua temperatura corporal era mantida constante sempre com o auxílio de incubadoras.

"Normalmente, o principal parâmetro para se definir as chances de sobrevivência de um prematuro é o peso. E 500 gramas são o padrão. Vitória chegou com bem menos que isso, o que dá uma dimensão do desafio que foi garantir a sobrevivência desta criança", avalia a chefe da UTI Neonatal do hospital, Silvana Streit Pires.
  
Lisandra não vê a hora de deixar o hospital. "Agora só quero ir para casa e curtir todo esse momento que não podemos aproveitar dentro do hospital." Nas primeiras semanas, mãe e filha ficarão acolhidas na casa da avó materna, para que o bebê possa ser visitado. Posteriormente, Vitória vai para casa. "O quartinho dela está pronto desde quando descobri que estava grávida", lembra Lisandra.

Mudança de nome
 
Foi nessa época que os pais escolheram o nome da filha: Rafaela. Mas, acabou sendo na sala de parto que Vitória recebeu o nome que a acompanhará por toda a vida e que resume sua força: "Mudamos o nome naquela hora. Quando ela nasceu, a enfermeira disse que foram "vinte vezes vitória", por causa do esforço enorme que ela fez para respirar."
 
A menina ainda terá o acompanhamento de um oftalmologista nestas primeiras semanas, já que foi constatada uma pequena alteração na visão. "Mas nada muito preocupante diante do que ela teve que superar. Mesmo com todo o cuidado que ela recebeu desde o parto, foi uma recuperação realmente surpreendente", comenta a médica.