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Casos de dengue chegam a 1,5 milhão no país; zika atinge 18 Estados

Do UOL, em São Paulo

24/11/2015 12h09Atualizada em 07/12/2015 20h50

Foram identificados 1,5 milhão de casos de dengue no país de janeiro até 14 de novembro, um aumento de 176% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 555,4 mil casos.

Nesse período, a região Sudeste apresentou 63,6% do total de casos (975.505), seguida das regiões Nordeste (278.945 casos), Centro-Oeste (198.555 casos), Sul (51.784 casos) e Norte (30.143 casos). 

Segundo o Ministério da Saúde, 199 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Outros 665 municípios estão em situação de alerta (quando 1% a 3,9% dos imóveis têm focos do mosquito) e 928 em situação satisfatória (menos de 1% dos imóveis com focos).

A dengue, chikungunya e o zika vírus têm em comum o transmissor: o mosquito Aedes aegypti.

O Estado de Goiás registrou a maior incidência de dengue, com 2.314 casos por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo, com 1.615 casos por 100 mil habitantes, e Pernambuco, com incidência de 901 casos por 100 mil habitantes. O número de mortes aumentou 79%, passando de 453 mortes, em 2014, para 811, em 2015.

Rio Branco (AC) é a única capital em risco de surto de dengue. Outras sete capitais estão em alerta: Aracaju (SE), Recife (PE), São Luís (MA), Rio de Janeiro (RJ), Cuiabá (MT), Belém (PA) e Porto Velho (RO).

Dez capitais estão com índices satisfatórios: Boa Vista (RR), Palmas (TO), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Curitiba (PR).

As cidades de Macapá (AP), Manaus (AM), Maceió (AL), Natal (RN), Salvador (BA), Vitória (ES), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) não encaminharam resultados.

Chikungunya e zika

No Brasil, também foram registrados em 2015, até 14 de novembro, 17.146 casos suspeitos de chikungunya, sendo 6.726 confirmados. O levantamento identificou a presença do mosquito Aedes albopictus, que pode também transmitir a chikungunya, em 262 municípios.

Em relação ao zika, até esta terça-feira (24), 18 Estados tiveram confirmação laboratorial do vírus.

Há casos de zika em Roraima, Pará, Amazônia, Rondônia, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraná.

Os dados são do LIRAa 2015 (Levantamento Rápido do índice de Infestação pela Aedes Aegypti), feito entre outubro e novembro em 1.792 cidades nas 18 capitais, com o objetivo de orientar as ações de controle de dengue.

Microcefalia

Já são 739 casos suspeitos de bebês com microcefalia até 21 de novembro de 2015. Os casos foram identificados em 160 municípios de nove Estados, a maioria no nordeste e um no Estado de Goiás, que podem estar ligados a infecção por zika. 

O Estado de Pernambuco mantém-se com o maior número de casos suspeitos de microcefalia, 487. Em seguida, estão os Estados da Paraíba (96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1). Entre todos esses casos, foi notificado um óbito suspeito no Rio Grande do Norte. Este caso está em investigação.

Situação dramática e grave

A situação é considerada 'dramática' e ‘grave’ pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, e por Claudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

"É preciso compreensão, e um drama humano que estamos vivendo", afirmou Castro durante o anúncio do balanço de casos em Brasília (DF), nesta terça-feira (24).

Segundo Maierovitch, a situação do Brasil é inédita no mundo porque o vírus nunca tinha circulado em um país como o nosso.

"Nunca tivemos a circulação do vírus zika em um país populoso como o Brasil. É uma situação inédita, com manifestação grave. Em menos de 1 mês, foi identificada e rastreada a possível origem", afirmou Maierovitch.

O ministro da Saúde informou que o governo vai usar mais as tecnologias para evitar a proliferação do mosquito, entre as quais o uso de mosquitos transgênicos que carregarão bactérias que os deixarão estéreis.