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"Aprendi com o câncer que a beleza vem de dentro", diz musa do Topless

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

26/01/2016 08h42

"A gente aprende com o câncer que a beleza vem de dentro, é mais que só cabelo e que o seio ", afirmou Elaine Canegal, 43, jornalista e a mais nova musa do movimento "Topless in Rio 2016”".

22.jan.2016 - Eliane Canegal foi uma das vencedoras do concurso Topless in Rio - Faya - Faya
Eliane Canegal foi uma das vencedoras do concurso Topless in Rio
Imagem: Faya
 A carioca que mora na zona norte do Rio de Janeiro teve câncer de mama pela primeira vez há 12 anos, em 2004, e usou sua luta contra a doença como motivação para participar do concurso de Musa Topless, que neste ano foi destinado a mulheres que fizeram reconstrução do seio em decorrência do câncer. 

A iniciativa desenvolvida com parceria da Sociedade Brasileira de Mastologia teve como slogan "Ninguém precisa viver sem peito" e buscou informar as mulheres que têm a doença sobre as etapas do tratamento. 

Apesar de ter ganho com os votos do júri técnico, enquanto Carol Sanovicz ganhou por júri popular, Elaine conta que não se imaginava fazendo topless, mas que nesse caso sentiu que poderia ser um bom exemplo para todas as mulheres que passam por essa batalha. As vencedoras foram apresentadas no último domingo (24), durante o evento "Toplessaço", no posto 9 da Praia de Ipanema.

Topless não é a minha praia, não me sinto à vontade ainda, mas quis levar uma mensagem positiva. Passamos por momentos difíceis, mas estamos vivas e podemos nos sentir bonitas

Elaine Canegal

A jornalista recebeu a notícia de que tinha câncer de mama após completar 31 anos e foi necessário fazer um procedimento para retirar parcialmente o seio direito. Porém, a doença voltou em 2007 e ela precisou fazer a remoção completa.

"Quando acontece com você, o medo realmente bate. A doença tem um estigma e pensei que não poderia mais sonhar. Mas depois do primeiro impacto, a gente precisa levantar, sacudir a poeira e ir com força e fé ", afirma.

Depois de passar por quimio, radioterapia e 11 cirurgias, Elaine se redescobriu e reencontrou sua feminilidade e sensualidade. "Tem uma sensualidade que acaba ficando escondida por conta da doença. A mulher que passa pela mastectomia fica com a autoestima abalada. Foi muito bom para eu me sentir viva, mulher, novamente".