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Mãe adia tratamento de câncer para proteger bebê que "salvou sua vida"

Phil e Kim Vaillancourt em sua casa na cidade de Tonawanda (EUA) - Carolyn Thompson/AP Photo
Phil e Kim Vaillancourt em sua casa na cidade de Tonawanda (EUA) Imagem: Carolyn Thompson/AP Photo

Do UOL, em São Paulo

31/03/2016 16h24

Para a grávida norte-americana Kim Vaillancourt, que está adiando seu tratamento de um câncer cerebral agressivo, tudo se resume a isto: "O bebê me salvou. Agora é minha vez de salvá-lo". 

Vaillancourt foi diagnosticada com glioblastoma após procurar um hospital com fortes dores de cabeça e náusea próximo ao Natal de 2015. Se não fosse pela preocupação com o filho que ela já sabia carregar no ventre, ela e seu marido, Phil, dizem que não teriam ido ao médico. As informações são da agência de notícias Associated Press. 

Segundo o casal, a gravidez inesperada foi um presente dos céus. Kim fez uma operação para retirar os tumores, mas agora, está adiando todo tido de quimioterapia e tratamento com radiação para evitar riscos a seu futuro filho, que terá o nome de Wyatt Eli.

"Ela fará o que puder para salvar a vida de seu bebê e garantir a ele as condições mais saudáveis possíveis", conta o marido Phil. 

O casal tem filhos de 11 e 12 anos e, recentemente, adotou três irmãs, de 6, 7 e 10 anos. Com cinco crianças em idade escolar, Kim não teria se preocupado muito sobre sua dor de cabeça normalmente. 

phil e kim - Carolyn Thompson/AP Photo - Carolyn Thompson/AP Photo
Phil mostra as fotos da sua esposa Kim, que está grávida, e seus cinco filhos
Imagem: Carolyn Thompson/AP Photo

"Eu teria apenas pensado que tinha dor de cabeça e uma gripe. Teria ido deitar", contou a mãe de 36 anos. Mas sabendo que estava no meio de uma gravidez, ela se preocupou que a náusea fizesse com que seu feto não recebesse a nutrição necessária, e achou melhor ir a um hospital. 

Glioblastoma, eles descobriram, é caracterizada por tumores que crescem rapidamente e reaparecem dentro de 8 a 12 semanas. A meta de Kim é dar à luz no dia 25 de abril, até então segue fazendo exames para checar algum novo tumor. 

"Estamos orando para que os exames apareçam limpos nas próximas semanas", afirmou Phil. 

Decisão de risco

Apesar de ser relativamente raro, glioblastoma é a forma mais comum e mais agressiva de um tumor cerebral. Ele afeta cerca de 17 mil adultos nos Estados Unidos todos os anos, mas é raro durante a gravidez, explicou o médico Robert Fernstermaker, do Instituto do Câncer de Roswell Park em Bufalo. 

Se estivesse no começo da gravidez, uma mulher teria sido aconselhada a abortar para fazer o tratamento agressivo, disse o médico. 

Sem querer colocar a saúde de seu bebê em risco, o casal planeja começar o tratamento de Kim duas semanas após o parto. 

Nesse meio tempo, vão começar a entrevistar babás para ajudá-los a tomar conta do bebê e das outras crianças enquanto a mãe se trata do câncer. "Vamos levando um dia de cada vez", diz Phil. "Mesmo quando tentamos prever o futuro, a gente nunca consegue saber o que virá. Para que fazer isso?"