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Final de uma vida: fotógrafa registra últimos meses da avó com câncer

A fotógrafa Gaia Squarci acompanhou os últimos meses de sua avó com câncer - Gaia Squarci/Reuters
A fotógrafa Gaia Squarci acompanhou os últimos meses de sua avó com câncer Imagem: Gaia Squarci/Reuters

Do UOL, em São Paulo

19/08/2016 06h00

Aos 27 anos, a fotógrafa italiana Gaia Squarci decidiu registrar o cotidiano de sua avó Marisa Vesco, 85, ao longo de seus últimos meses de vida. A matriarca da família havia sido diagnosticada com um câncer no fígado incurável. 

Apesar da diferença de idade e de valores, Gaia conta que as duas tinham uma relação muito próxima e cheia de momentos de carinho e de humor.

"Nós nos divertíamos com nossas diferenças", diz ela em um depoimento publicado pela agência Reuters. 

Mural de memórias - Gaia Squarci/Reuters - Gaia Squarci/Reuters
Imagem: Gaia Squarci/Reuters

Antes de descobrir o câncer no fígado, Nonna, como era chamada Marisa na família, já tinha sobrevivido a dois cânceres de mama.

"Ela me dizia, de tempos em tempos, que a notícias de que eu ia nascer deu a ela forças para lutar contra os outros tumores." 

Marisa Vesco, 85, abraça seu sobrinho Luca Squarci - Gaia Squarci/Reuters - Gaia Squarci/Reuters
Marisa Vesco, 85, abraça seu sobrinho Luca Squarci
Imagem: Gaia Squarci/Reuters

A fotógrafa diz que mais triste que o medo da morte era o fato de que sua avó não fazia ideia de quão doente estava, pois as filhas acharam que a matriarca não suportaria saber que mais uma vez tinha câncer.

Marisa sabia que seu fígado estava doente, mas nunca soube qual era exatamente o problema.

A avó passou seus últimos meses ao lado da família e, segundo Gaia, dizia perceber que a morte estava mais perto. 

A fotógrafa conta que sua mãe devotou seu tempo à Marisa e adorava dar banho na mãe - Gaia Squarci/Reuters - Gaia Squarci/Reuters
A fotógrafa conta que sua mãe devotou seu tempo à Marisa e adorava dar banho na mãe
Imagem: Gaia Squarci/Reuters

Quem perguntasse sobre Marisa em sua cidade de origem ouviria que ela sempre estava perfumada, com o cabelo perfeitamente penteado e o rosto maquiado.

"Eu me surpreendia pela forma como ela confrontava o fato de estar doente sem perder sua feminilidade."

Nonna morreu em outubro de 2015, em Biella, na Itália.

"Eu estava do outro lado do mundo no Brooklyn, em Nova York. Eu tinha passado cinco meses com ela, celebrando sua vida em vez de me fechar em luto por sua morte", lembra a fotógrafa.

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