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Sobe n° de mulheres que tiram mama para evitar câncer, como Angelina Jolie

Em 2013 Angelina Jolie anunciou dupla mastectomia para evitar um câncer de mama. Procedimento é considerado polêmico - Leon Neal/AFP Photo
Em 2013 Angelina Jolie anunciou dupla mastectomia para evitar um câncer de mama. Procedimento é considerado polêmico Imagem: Leon Neal/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo

29/03/2017 11h00

A proporção de mulheres que decidem fazer mastectomia preventiva, assim como a atriz Angelina Jolie, aumentou nos últimos anos especialmente entre jovens nos Estados Unidos, revela estudo da Sociedade Americana do Câncer publicado nesta quarta-feira (29) na revista JAMA Surgery.

No entanto, ao contrário da atriz, que fez mastectomia antes de desenvolver o câncer, as mulheres da pesquisa já tinham sido diagnosticadas com câncer agressivo em estágio inicial em uma das mamas. Elas optaram por retirar a outra mama sadia por prevenção, procedimento conhecido como mastectomia profilática contralateral.

O procedimento cresceu principalmente entre mulheres com menos de 45 anos, apesar da falta de provas de que a retirada reduza o risco de morte.

Entre 2004 e 2012, a proporção de pacientes que fizeram mastectomia da mama sadia aumentou de 3,6% para 10,4% entre mulheres de 45 anos ou mais, e de 10,5% para 33,3% para mulheres com idade entre 20 e 44 anos.

O resultado mais impressionante foi um aumento de mais de 42% entre 2010 e 2012 em pacientes de 20 a 44 nos Estados de Nebraska, Missouri, Colorado, Iowa e Dakota do Sul.

“É interessante que as maiores proporções de mulheres jovens que fizeram cirurgia reconstrutiva que fizeram mastectomia preventiva estavam concentradas geograficamente no Nordeste (Massachusetts, Maine, Nova Jersey, Connecticut, Nova York e Delaware) enquanto no Meio-Oeste foram observadas proporções maiores de mulheres que fizeram mastectomia preventiva”, escreveram os autores.

Motivos

A pesquisa não conseguiu determinar o motivo do aumento, mas os cientistas acreditam que envolvem o medo de desenvolver um segundo câncer de mama e a vontade de manter a simetria dos seios após a cirurgia reconstrutiva.

Pesquisadores da Sociedade Americana do Câncer, da Universidade Emory, do Instituto do Câncer Dana-Farber e o Hospital da Mulher e Brigham fizeram um estudo de coorte de 1,2 milhão de mulheres com 20 anos ou mais que foram diagnosticadas com câncer de mama agressivo unilateral em estágio inicial de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2012.

Eles acreditam que estudos posteriores devem trazer insights sobre os fatores que levam as mulheres a escolher a mastectomia profilática contralateral.

“Enquanto isso, no entanto, cirurgiões e outros profissionais da saúde devem educar suas pacientes sobre os benefícios e os danos da mastectomia para ajudá-las a tomar decisões bem informadas sobre seus tratamentos”, diz Ahmedin Jemal, participante do estudo e vice-presidente de Vigilância e pesquisa em serviços de saúde da Sociedade Americana do Câncer.