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Risco de peste bubônica faz Ceará emitir alerta para casos da doença

A doença é transmitida pela bactéria Yersinia Pestis, presente em roedores, como ratos, camundongos, capivaras e porquinhos-da-índia - cliff1066/Flickr
A doença é transmitida pela bactéria Yersinia Pestis, presente em roedores, como ratos, camundongos, capivaras e porquinhos-da-índia Imagem: cliff1066/Flickr

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL

13/06/2017 13h52

A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) emitiu, na última segunda-feira (12), um alerta sobre a notificação imediata de possíveis casos de peste humana no Estado. De acordo com o órgão, ainda não há casos confirmados.

A doença, também conhecida como peste bubônica, é transmitida pela bactéria Yersinia Pestis, presente em roedores, como ratos, camundongos, capivaras e porquinhos-da-índia. O humano não é seu hospedeiro natural, mas pode contraí-lo caso seja mordido pelo animal, por uma pulga infectada (transmissão indireta) ou, em caso de pneumonia grave, de inalação do ar contaminado.

“É predominantemente rural”, afirma a Dra. Cely Aboud, chefe do departamento de infectologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo. “Você precisa invadir o ambiente destes roedores e ser mordido.”

A bactéria é a mesma responsável pela peste negra, que matou milhões de pessoas na Europa durante a Idade Média. No entanto, de acordo com Aboud, não há motivo para alarde. “O risco [de uma pandemia] é próximo do zero”, afirma a especialista. “Antes, as pessoas conviviam com ratos, não havia saneamento nos centros urbanos. Hoje, há condições de higiene e tratamento por antibióticos. ”

“Por isso é importante documentar, caso chegue um paciente com os sintomas”, continua Aboud. “Os profissionais de saúde têm de saber, porque é algo que a gente nem pensa mais, de tão antigo.” De acordo com a Sesa, o último caso de peste humana registrado no Ceará ocorreu em 2005, no município de Pedra Branca, região central.

Segundo a secretaria, as principais áreas de risco concentram-se nas serras do Uruburetama, do Macaco, de Baturité, de Ibiapaba, das Matas, de Pedra Grande e na Chapada do Araripe.

“Se você invadir o espaço que pode haver estes roedores, como em uma caminhada, não vá desprotegido. É bom cobrir as pernas, por exemplo.”, aconselha a Dra. Aboud.