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Com língua muito grande, criança busca cirurgia para ter vida normal

Lavynnia nasceu com macroglossia, que é o crescimento anormal da língua - Arquivo pessoal
Lavynnia nasceu com macroglossia, que é o crescimento anormal da língua Imagem: Arquivo pessoal

Jéssica Nascimento

Colaboração para UOL, em Brasília

06/02/2018 12h10

A mãe de uma criança de dois anos, que nasceu com macroglossia, que é o crescimento anormal da língua, tenta uma cirurgia para a filha na rede pública de saúde do Distrito Federal. Segundo a dona de casa Elisângela Rosa de Jesus, que mora em Samambaia Norte (a 31 km de Brasília), a filha precisa ser submetida a exames de tireoide e tomografia facial para conseguir o procedimento. Porém, faltam materiais e vaga nos hospitais.

Elisângela teve uma gravidez tranquila e só descobriu a doença da filha, Lavynnia, quando ela nasceu. A família mora em um barraco de madeirite de um cômodo. Todas as despesas são pagas por doações de amigos e vizinhos, já que a mãe não trabalha para poder cuidar da criança.

Lavynnia não consegue guardar a língua dentro da boca e, por isso, tem dificuldade para se alimentar, falar e até beber um copo d'água, por exemplo. Só no ano passado, a menina foi internada diversas vezes por conta de infecções, que faz com que a língua fique mais inchada e com feridas.

Em uma pasta, a mãe guarda todos os encaminhamentos para os exames da filha. Apesar da peregrinação em diversos hospitais da cidade, segundo Elisângela, a resposta sempre é a mesma: faltam vagas. "É muito sofrimento ver uma filha desse jeito. É triste não ter condições de pagar o exame e resolver logo essa situação. Com o tempo passando, tenho medo que a situação dela piore", diz.

A dona de casa também conta que não matriculou a filha em uma creche por medo do bullying. A mãe diz que Lavynnia já sofreu preconceito na rua. "As pessoas olham estranho para ela e claro, minha filha já sente os olhares tortos. Mas eu tenho muita fé em Deus que vamos conseguir essa vitória e Lavynnia vai ter uma vida normal. Até os remédios são doados. Ainda bem que ainda existem pessoas de bom coração."

Em nota, a Secretaria de Saúde disse que a criança está em acompanhamento na Unidade de Plástica do Hospital Regional da Asa Norte e, no Instituto Hospital de Base, na Unidade de Cabeça e Pescoço. A pasta afirma que o processo de aquisição dos exames T3, T4 e TSH, que são de tireoide, está em fase final de empenho e assinatura de contrato, e os estoques devem ser regularizados até o fim do mês de fevereiro.

Quanto ao exame de Angiotomografia com sedação, que é a tomografia facial, a Secretaria de Saúde informa que apenas um hospital faz o procedimento e que prioriza a marcação dos casos de maior gravidade.