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Presidente do Irã acusa EUA de espalharem "pânico" por novo coronavírus

26.set.2013 - Presidente iraniano Hassan Rohani - Keith Bedford/Reuter
26.set.2013 - Presidente iraniano Hassan Rohani Imagem: Keith Bedford/Reuter

Do UOL, em São Paulo

26/02/2020 06h52Atualizada em 26/02/2020 08h13

O presidente iraniano, Hassan Rohani, acusou hoje os Estados Unidos de espalharem o pânico pelo novo coronavírus, que deixou 15 mortos no Irã, o balanço mais grave no mundo depois da China.

"Não deveríamos deixar que os Estados Unidos adicionem um vírus além do coronavírus, chamado pânico extremo", disse Rohani após uma reunião de gabinete, um dia depois do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ter solicitado que o Irã "diga a verdade" sobre a epidemia de pneumonia viral em seu território.

O vice-ministro da Saúde iraniano, Iraj Harirsh, é um dos diagnosticados com a doença, informaram ontem as autoridades. "Ontem à noite (segunda-feira) tive febre e testes preliminares deram positivo", afirmou o vice-ministro, em vídeo. "Me isolei desde o último teste. E comecei o tratamento", acrescentou Harirsh, que na véspera havia tossido e transpirava excessivamente durante uma coletiva de imprensa. Segundo o governo, há 95 casos registrados no Irã.

Países vizinhos, como os Emirados Árabes, a Turquia e a Armênia, já anunciaram suspensão de voos para o Irã, que tem sido cobrado por mais transparência para divulgar informações sobre o alcance do surto.

A região de Qom, epicentro da epidemia no Irã, não foi colocada sob quarentena, mas cerimônia religiosas foram suspensas. Em outras províncias, como Teerã, ônibus e vagões de metrô foram desinfetados durante a noite. O Irã ainda busca a origem do vírus em seu território. O ministro da Saúde, Said Namaki, afirmou que um dos mortos de Qom era um comerciante que viajava com frequência à China.

Rohani pediu calma à população e disse que esta epidemia não é pior do que outras já enfrentadas pelo país. No exterior, o governo tem sido acusado de esconder informações sobre o surto. Um legislador local chegou a dizer que o número de óbitos pode ser de cerca de 50. As autoridades prometem transparência.

EUA PREVÊ AUMENTO DE CASOS NO PAÍS

Ontem, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos disse nesta terça-feira que o coronavírus se espalhará pelo país e que as famílias devem se preparar para uma perda de renda e mudanças no cotidiano.

"A questão não é se o coronavírus vai se espalhar nos Estados Unidos, mas quando e quantas pessoas terão uma doença grave", declarou a diretora do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias do CDC, Nancy Messonnier.

Os últimos números oficiais mostram que existem 53 casos confirmados de Covid-19 nos EUA, dos quais 36 correspondem a passageiros do cruzeiro Diamond Princess, que foi ancorado no Japão e repatriado na semana passada.

* Com informações da EFE, AFP e Estadão Conteúdo

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