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SP vai pedir que empresas fora do setor da saúde fabriquem respiradores

Leito de hospital - Getty Images
Leito de hospital Imagem: Getty Images

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

22/03/2020 12h00

Resumo da notícia

  • Governo de São Paulo vai pedir que empresas que não produzem material hospitalar fabriquem respiradores
  • O equipamento é o principal gargalo no esforço de combate ao covid-19 em São Paulo
  • O pedido será feito pelo governador João Doria em reunião por teleconferência com empresários na segunda

O governo de São Paulo vai solicitar que empresas não voltadas a fabricação de materiais hospitalares façam um esforço para produzir respiradores, essenciais no tratamento de pessoas com covid-19, declarou o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, David Uip. Ele explicou que espera "um aumento substancial" de contaminados nos próximos dias e o equipamento é a principal carência em toda a estrutura que está sendo montada para atendimento da pandemia.

"O gargalo que eu vejo hoje são os respiradores. Por conta que competimos pela compra com o mundo inteiro".

Uip disse que na segunda-feira o governador João Doria (PSDB) vai se reunir por teleconferência com um grupo de cem empresários e pedir ajuda, inclusive para produção de respiradores. Ele explicou que no pior cenário trabalha com 10% da população infectada e planejou que a estrutura para fazer frente a demanda em São Paulo deverá contar com três hospitais de campanha e 1.400 leitos extras de UTI.

Espaço físico não é problema na avaliação de Uip porque vários hospitais estão prontos e podem ser rapidamente inaugurados. O problema é equipamento. Ele está confiante na adesão dos empresários e lembrou que a iniciativa privada doou 50 mil frascos de álcool gel para policiais trabalharem em segurança.

Sobre o cenário da expansão da doença, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus afirmou que o covid-19 entrou no país pelos aeroportos durante o Carnaval, trazido por estrangeiros que visitaram o país. O dia um da pandemia foi na sexta-feira da semana passada, quando ocorreu a primeira transmissão sem envolver um paciente que esteve no exterior ou teve contato com uma pessoa que viajou para outro país.

Uip declarou que eram pessoas com maior poder aquisitivo e a doença causou impacto na rede privada de saúde. Nos próximos dias a crise chegará a rede pública e por este motivo os respiradores são essenciais.

O pedido de mudança de finalidade da produção das empresas remete aos esforços feitos por países que se envolvem em grande conflitos, como as nações que participaram da 2ª Guerra Mundial.