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Pandemia de coronavírus nas Américas vai piorar, diz diretora da OMS

Carissa Etienne, diretora da OPAS e diretora regional da OMS - Reprodução
Carissa Etienne, diretora da OPAS e diretora regional da OMS Imagem: Reprodução

Stella Borges

Do UOL, em São Paulo

31/03/2020 13h32

Carissa Etienne, diretora da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e diretora regional da OMS (Organização Mundial da Saúde) para as Américas, disse hoje que a pandemia do novo coronavírus vai "aumentar e piorar" na região antes de melhorar, assim como ocorreu em outras partes do mundo.

Segundo ela, a pandemia se intensificou na região na semana passada — até ontem 2.836 pessoas haviam morrido em decorrência da covid-19 e 163.068 casos oficiais foram registrados. No mundo, já são mais de 800 mil casos.

Carissa disse que ainda há uma "pequena janela de tempo para agir", enfatizando que existem medidas, como isolamento social, que todos os países podem adotar para retardar a propagação do vírus e reduzir o impacto que isso causa nos sistemas de saúde e salvar vidas.

"Os países precisam decidir quais medidas de distanciamento social precisam ser implementadas e como. Isso inclui o cancelamento de reuniões de massa, fechamento de escolas e empresas, teletrabalho e medidas de permanência em casa voluntárias ou legalmente exigidas", avaliou.

"Tais medidas podem parecer drásticas, mas são a única maneira de impedir que os hospitais sejam sobrecarregados por muitas pessoas doentes em pouco tempo. As medidas devem ser implementadas o mais rápido possível após a determinação do cenário de transmissão", acrescentou.

Ela ressaltou que os governos precisam se preparar para o que está vindo, destacando a necessidade de investimentos para fortalecer os sistemas de saúde.

"Os governos nos níveis nacional e local devem organizar os sistemas de saúde com base na hipótese de que suas áreas serão afetadas. Este vírus não foi e não será interrompido por fronteiras desenhadas em mapas", disse. "Essa pandemia é séria e precisamos fazer o possível para mitigar o impacto dela no nosso povo."

"Não posso enfatizar o suficiente para que os países tomem medidas urgentes para preparar hospitais e instalações de saúde para o que está por vir: um afluxo de pacientes com covid-19 que precisarão de espaço hospitalar, leitos, profissionais de saúde e equipamentos médicos", afirmou.

Carisssa disse, no entanto, que acredita que o vírus poderá ser vencido ao exaltar a capacidade da região na luta contra outras doenças. Ela lembrou que as Américas estão livres de poliomielite há 25 anos, eram líderes na erradicação da varíola e fazem progressos constantes para eliminar a malária.