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Conselho denuncia falta de EPIs e relata 130 profissionais afastados no RJ

Capital fluminense tem mantido praias vazias durante quarentena pelo coronavírus - Buda Mendes/Getty Images
Capital fluminense tem mantido praias vazias durante quarentena pelo coronavírus Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

02/04/2020 11h39

Os profissionais da saúde que estão na batalha contra a pandemia da covid-19 no Rio de Janeiro não estão devidamente protegidos e vêm acumulando afastamentos por suspeita de terem contraído o coronavírus. A denúncia é do Conselho Regional de Enfermagem do estado, que dá o número de 130 médicos e enfermeiros afastados.

"O Conselho já recebeu 127 denúncias de profissionais de enfermagem, em sua grande maioria relacionadas à falta do EPI (Equipamento de Proteção Individual)", disse hoje o diretor do Conselho, Glauber Amâncio, em entrevista à TV Globo.

Segundo ele, já são 100 enfermeiros afastados e mais 30 médicos no estado fluminense. No total, o Conselho estima que 15.000 enfermeiros e 4.000 médicos estejam expostos à contaminação pelo coronavírus. Além disso, ainda foram registradas denúncias por falta de treinamento e assédio moral.

"Se você puder fazer uma analogia com um soldado é como ele estivesse indo pro front de guerra sem uma armadura, sem o EPI. Então ele está sendo exposto, está sendo ferido e, pior de tudo, ele não está tendo a possibilidade de fazer a testagem. Essa é uma segunda denúncia que a gente observou nas fiscalizações. Não está sendo feita a testagem nesses profissionais de saúde", completou Glauber.

Além da falta de EPIs básicos como máscaras adequadas, óculos, capotes e luvas, o Conselho também relatou denúncias de unidades de saúde sem sabão, falta de papel toalha e EPIs fora dos padrões quando disponibilizados.

A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro respondeu à TV Globo sobre as denúncias com os números de compra e distribuição dos equipamentos. Segundo a pasta, o estado começou hoje a distribuir 5 mil máscaras em hospitais e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento).

Também foram comprados 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas, 150 mil máscaras de proteção, 300 mil óculos de proteção e 600 mil aventais, além de gorros cirúrgicos e luvas de proteção.