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Covid-19: Médica que vendia 'soro' tem exercício profissional interditado

Isabella Abdallah - Reprodução/Instagram
Isabella Abdallah Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

15/04/2020 09h22Atualizada em 15/04/2020 14h16

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) interditou o exercício profissional da médica Isabella Resende Abdalla, que usou as redes sociais para divulgar um "soro da imunidade", vendido em seu consultório, em Ribeirão Preto (SP), como solução contra o novo coronavírus.

Nas redes sociais, Isabella postou um vídeo comentando com seus seguidores. "Gente, essa turma minha de gestante está cada uma mais maravilhosa que a outra. Todo mundo tomando soro para imunidade, né? Ficar imune do corona (vírus)", disse. O registro viralizou.

Na notificação de interdição cautelar, publicada no Diário Oficial da União na última segunda-feira (13), o Conselho informou que a decisão foi tomada em sessão plenária realizada no dia 2 de abril.

A suspensão vale por seis meses, podendo ser renovada por igual período e, neste intervalo, o registro profissional dela ficará suspenso. O Cremesp também comunicou a decisão a todos os demais Conselhos Regionais de Medicina do país, impedindo, assim, seu registro em outra jurisdição.

Em nota, o Conselho informou que, além de divulgar tratamento sem comprovação científica, Isabella deturpou o exercício da telemedicina em vídeo mais recente postado nas redes sociais.

"O novo vídeo publicado pela médica nos últimos dias forneceu indícios adicionais de que a profissional continua infringindo artigos do Código de Ética Médica. Assim, o Conselho decidiu por cautelarmente suspender seu registro, enquanto tais indícios são apurados, de forma a salvaguardar a segurança da população em um momento tão importante como a pandemia de covid-19", diz um trecho do comunicado.

O Cremesp esclareceu ainda que, mesmo com a interdição cautelar, a sindicância em curso contra esta médica seguirá normalmente, sob sigilo determinado por lei.

No início do mês, o Ministério Público de São Paulo informou que firmou TAC (termo de ajustamento de conduta) com ela. Pelos termos do acordo, Isabella deverá pagar a quantia de R$ 18 mil, dividida em quatro parcelas mensais, em razão dos vídeos veiculados no Instagram.

O UOL tenta localizar a defesa de Isabella.