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Reino Unido começa testes com transfusões de plasma para tratar covid-19

Plasma sanguíneo de pacientes recuperados da doença pode ajudar no tratamento de novos infectados - iStock
Plasma sanguíneo de pacientes recuperados da doença pode ajudar no tratamento de novos infectados Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

07/05/2020 09h25

Após Estados Unidos, França e Itália anunciarem que iniciaram os testes com transfusões de plasma sanguíneo, agora é a vez do Reino Unido começar sua empreitada para tentar aprimorar o tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O sistema de saúde britânico fez as primeiras transfusões ontem e já tem 6.500 pessoas inscritas no programa de testes.

O plasma sanguíneo é coletado de pessoas que já se recuperaram da doença há cerca de um mês, quando é possível atestar que os anticorpos desenvolvidos pelo paciente são eficientes no combate ao vírus. Esse líquido, chamado de plasma convalescente, é então usado no tratamento de pessoas que sofrem para se recuperar da covid-19, podendo ajudar principalmente aquelas que estão em estado grave.

O objetivo dos testes britânicos é atestar a eficácia desse procedimento no tratamento da doença. Apesar de as primeiras transfusões terem sido feitas ontem, com 14 amostras de plasma sendo disponibilizadas para três hospitais, os resultados só serão conhecidos quando acabarem as pesquisas.

Os testes prometem trazer conclusões mais precisas sobre como o plasma pode diminuir o tempo de recuperação dos pacientes e se o índice de letalidade da doença pode ser reduzido com a técnica.

Com o Reino Unido na segunda posição entre os países com mais mortes causadas pelo coronavírus - ontem os britânicos ultrapassaram 30.000 vítimas fatais -, o sistema de saúde já prevê como fará para usar o procedimento em larga escala caso sua eficácia seja comprovada.

"Estamos aumentando nossa capacidade de coleta (de plasma) rapidamente para que, se o nosso estudo mostrar que as transfusões são eficientes, nós possamos fornecer em larga escala para os hospitais", garantiu Gail Miflin, chefe do departamento de Sangue e Transplantes.

O sistema de saúde britânico está usando sua base de dados de recuperados da covid-19 para contatar doadores em potencial. As coletas estão feitas em nove cidades e a promessa é de que o procedimento seja oferecido em todos os seus 23 centros de doações, além de criar novos postos em grandes cidades.