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No Rio, mais 10 bairros terão bloqueios e comércio de favelas será proibido

8.mai.2020 - Movimentação intensa em bairros da zona norte do Rio, apesar da pandemia - Cléber Mender/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
8.mai.2020 - Movimentação intensa em bairros da zona norte do Rio, apesar da pandemia Imagem: Cléber Mender/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

11/05/2020 12h14

A Prefeitura do Rio de Janeiro restringirá a partir de amanhã (12) a circulação de pessoas e carros em pontos de mais dez bairros da cidade para frear o avanço do coronavírus.

As regiões centrais dos bairros de Santa Cruz, Freguesia, Taquara, Realengo e Guaratiba, na zona oeste, e Tijuca (Praça Saens Peña), Grajaú (Praça Verdun), Madureira (Calçadão), Pavuna e Méier (Rua Dias da Cruz), na zona norte, terão bloqueios pelos próximos sete dias.

Anteriormente, os calçadões de Campo Grande e Bangu, na zona oeste, já haviam sido bloqueados. Um decreto será publicado em edição extra do Diário Oficial do município na tarde de hoje.

No mesmo texto, o prefeito da cidade, Marcelo Crivella (Republicanos), também restringirá o estacionamento em toda a orla da capital fluminense aos moradores dessas vias a partir de amanhã.

Apenas supermercados e farmácias poderão abrir as portas em favelas da cidade. Apostas em casas lotéricas também ficam proibidas. Bares e restaurantees só poderão trabalhar em sistema "delivery" ou com portas baixas, realizando a entrega de alimentos a quem for buscar no local.

De acordo com Crivella, o conjunto de medidas se deve ao relaxamento do isolamento social visto nos últimos dias. "Verificamos um aumento nos casos da doença, desde o início de maio. Esse aumento veio acompanhado de maior circulação em centros comerciais desses bairros citados. Por isso, a restrição. Tivemos um feriado ensolarado, em 1º de maio. Algumas pessoas saíram de casa e tiraram a máscara", lamentou o prefeito.

"Fica proibido o acesso de carros e pessoas. Para entrar nessas áreas delimitadas será necessário explicar o que está indo fazer nesses locais, apresentar receita médica, caso queira comprar um medicamento. É um bloqueio. É feito para desestimular a ida, desestimular a aglomeração nesses centros comerciais", completou o prefeito que confirmou o apoio da Polícia Militar no planejamento para impedir tentativas de invasões às áreas de circulação restrita.

Para fiscalizar o funcionamento do comércio das favelas, a prefeitura contará com o apoio das bases ainda existentes das UPPs das favelas cariocas.

Capital segue como epicentro da crise no RJ

Ontem (10), o governo do Rio de Janeiro informou que o estado registra 17.062 casos confirmados de covid-19. Desse total, 1.714 pessoas morreram em decorrência da contaminação pelo novo coronavírus. No momento, outras 858 mortes estão sob investigação.

O número de mortes pela doença é 68% maior do que o registrado uma semana antes. No último dia 3, o governo informou a morte de 1.019 pessoas por covid-19.

Até aquela data, 11.139 pessoas haviam sido contaminadas pelo coronavírus em território fluminense —o que indica um aumento de 53% dos casos confirmados até o levantamento de hoje.

No entanto, o aumento percentual expressivo dos números pode estar associado ao fato de que as mortes e casos confirmados da doença não se referem às 24 horas que antecedem o comunicado. Ou seja: mortes de outros dias podem ter se acumulado nesta divulgação.

A capital fluminense registra 10.520 casos confirmados da doença e 1.126 mortes. Na sequência do ranking, estão cidades da região metropolitana.

Casos confirmados

  • Rio de Janeiro - 10.520
  • Niterói - 756
  • Duque de Caxias - 702
  • Nova Iguaçu - 591
  • São Gonçalo - 442

Mortes confirmadas

  • Rio de Janeiro - 1.126
  • Duque de Caxias - 105
  • Nova Iguaçu - 66
  • São Gonçalo - 47
  • Niterói - 43