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Ministro compara mortes da covid a número de acidentes: 'Clima de terror'

Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, durante pandemia do coronavírus - Foto:Michael Dantas/AFP
Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, durante pandemia do coronavírus Imagem: Foto:Michael Dantas/AFP

Do UOL, em São Paulo

15/05/2020 17h21

Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, questionou o que chama de "clima de terror" instaurado pelo noticiário do coronavírus e comparou as mortes causadas pela covid-19 ao número de acidentes e óbitos decorrentes de outras doenças.

"Todo mundo aqui deve andar de carro ou de ônibus, pratica esporte. A média de mortes por ano de queda, afogamento, acidente automobilístico, lesões provocadas de toda ordem: 164 mil mortes. Os números são impactantes, mas nem por isso é instaurado um clima de terror", afirmou.

No entanto, especialistas de saúde no mundo inteiro alertam para o colapso do sistema de saúde que a pandemia pode causar; uma possível consequência desta crise é a falta de atendimento, leitos de UTI e profissionais de saúde para o tratamento de pessoas acometidas por outras doenças ou que tenham sofrido acidentes. Ou seja, o coronavírus também pode impactar nos números citados pelo ministro.

Além de Ramos, o pronunciamento de hoje também contou com os ministros Damares Alves (Mulher, Família e dos Direitos Humanos), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia).

Segundo Damares, a ideia inicial era "celebrar" os 500 dias do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), mas a urgência do assunto coronavírus mudou a pauta. Porém, os ministros insistiram na preocupação com a paralisação de serviços e deram mais ênfase à economia do que ao combate à covid-19.

"Nosso presidente da República tem batido muito na tecla [da economia], e aqui está o ministro Paulo Guedes. É uma pandemia, medidas estão sendo adotadas, mas é uma pandemia que atingiu o mundo. Parece que só atingiu o Brasil", disse Luiz Eduardo Ramos.

"Podem me criticar, não estou preocupado", completou o ministro, antes de anunciar a exibição de um vídeo sobre os primeiros 500 dias do governo Bolsonaro e, posteriormente, passar a palavra a Damares Alves.