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Mandetta critica governo por omitir dados da covid: "infantilidade absurda"

Mandetta deixou o Ministério da Saúde por discordar do presidente Bolsonaro -                                 MARCELLO CASAL JR./AGêNCIA BRASIL
Mandetta deixou o Ministério da Saúde por discordar do presidente Bolsonaro Imagem: MARCELLO CASAL JR./AGêNCIA BRASIL

Do UOL, em São Paulo

07/06/2020 22h45

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta voltou a criticar o Ministério da Saúde omitir o total de mortos no boletim de covid-19 e classificou a iniciativa como falta de maturidade. Ele ainda acrescentou que a medida é "burra e tacanha" e foi tomada para esconder as estatísticas da imprensa e um ministério tomado por militares.

"É uma infantilidade absurda e uma infantilidade que vai trazer consequências".

As declarações foram feitas durante entrevista à Globo News e o ex-ministro continuou o raciocínio dizendo que o enfrentamento que o governo federal dá à pandemia tem consequências não só na saúde. Mandetta afirmou que a reputação do país fica abalada e gera prejuízos diplomáticos e comerciais.

O Brasil registrou 37.312 mortes causadas pelo coronavírus e acumulou 685.427 casos. O Ministério da Saúde divulgou os dados oficiais na sexta-feira e sábado sem o total de casos confirmados e óbitos. A medida foi criticada por parlamentares, juristas e cientistas. Neste domingo, as estatísticas completas voltaram a ser reveladas.

O ex-ministro defendeu que o Congresso Nacional deve intervir se os dados passarem a não ser divulgados na totalidade. Mandetta lembrou que a Comissão de Seguridade Social e Família tem autonomia e solicitou que façam o requerimento destes números aos estados e os torne públicos.

Outra reação a ocultação dos números foi a criação de uma plataforma por secretários estaduais de Saúde. O secretário-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, João Gabardo, informou que a base de dados dos estados vai abastecer o site e as atualizações serão constantes.