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Novos casos dobram em 24 horas, e Saúde confirma 38.406 mortes

Militares do Exército desinfectam a Estação Central do metrô de Brasília para tentar reduzir as transmissões do novo coronavírus na capital federal - MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
Militares do Exército desinfectam a Estação Central do metrô de Brasília para tentar reduzir as transmissões do novo coronavírus na capital federal Imagem: MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

09/06/2020 18h57Atualizada em 09/06/2020 20h11

O Ministério da Saúde confirmou hoje o segundo maior número de casos registrados em 24 horas: 32.091. O índice é mais que o dobro do de ontem, de 15.654. No total, já são 739.503 pessoas diagnosticadas com covid-19 no país. A taxa mais alta foi registrada em 30 de maio, quando 33.274 foram anunciados.

O número de novas mortes registradas, de 1.272, é o terceiro mais alto desde o início da pandemia, cujo ápice foram 1.473 em 4 de junho. No total, são 38.406 mortes já confirmadas.

O aumento coincide com o retorno da apresentação dos dados consolidados de casos e óbitos pela pasta, algo que não ocorria desde sexta-feira (6). Ontem à noite, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Saúde retomasse hoje a divulgação dos números acumulados em seu portal.

Os pacientes recuperados chegam a 311 mil, enquanto os casos em acompanhamento são 390.033.

O Ministério da Saúde anunciou ontem que mudará a contagem do número diário de óbitos. O governo quer contabilizar "números reais" das mortes naquele dia, e não o total que traz mortes que ocorreram em outros dias, mas que só foram registradas depois, entrando na contagem de outra data.

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse hoje que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "buscou números reais" sobre os casos e óbitos em decorrência da covid-19 e "nunca mudou dados". Segundo ele, o novo sistema proposto demorou a ficar pronto.

"Os números nunca serão mudados. Estávamos buscando o número verdadeiro para evitar a subnotificação e não buscar a hipernotificação", afirmou o interino durante a reunião do Conselho Ministerial hoje, em Brasília.

"Quando olhamos no registro, tem a data do óbito. Não tem nada a ver com mudança de números, os óbitos estão registrados. Mas o registro daquele dia não significa que a morte ocorreu naquele dia. Então você vai corrigindo os dados anteriores e aí você vai entendendo a curva. Se nós lançarmos no dia em que a pessoa morreu, temos a curva mais exata. Estávamos buscando os números reais", justificou Pazuello.

Consórcio da imprensa

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

Ontem, os números oficiais revelados pela pasta foram inferiores aos obtidos pelo levantamento feito.

Aumento de óbitos em São Paulo

O estado de São Paulo teve 5.545 casos de covid-19 e 334 mortes confirmadas pela doença nas últimas 24 horas — número mais alto desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 327 vítimas do novo coronavírus, registrado no dia 2 de junho. Ontem, foram confirmados 43 óbitos no estado.

No total, São Paulo contabiliza 9.522 mortes e 150.138 de casos de pessoas infectadas pela covid-19.

Os números não indicam que as mortes ocorreram no período, mas o momento em que foram oficialmente registradas. Por conta do período de incubação do novo coronavírus, os dados podem indicar contaminações que ocorreram até cerca de duas semanas atrás.