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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quinta-feira (11)

Do UOL, em São Paulo

11/06/2020 13h05Atualizada em 11/06/2020 20h29

O Brasil superou hoje a marca de 800 mil casos oficiais de contágio pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, foram 30.412 novas infecções registradas nas últimas 24 horas, totalizando 802.828 diagnósticos.

Com isso, o país foi da marca de 700 mil para a casa dos 800 mil infectados em apenas três dias. O governo federal também registrou mais 1.239 óbitos causados pela covid-19. Agora, oficialmente, o Brasil teve 40.919 mortos por coronavírus.

Já de acordo com os dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, o total de mortos pela covid-19 é maior. Levantamento com as secretarias estaduais de Saúde apontou que são 41.058 óbitos desde o começo da pandemia, sendo 1.261 nas últimas 24 horas. O total de novas infecções também foi um pouco maior, sendo 30.465, elevando o total a 805.649.

São Paulo anunciou parceria por vacina

Em meio à alta de casos no estado, o governo de São Paulo anunciou hoje uma parceria feita entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech para que o estado teste e produza uma vacina contra o novo coronavírus. A parceria prevê teste em nove mil voluntários brasileiros. Caso comprove eficácia, a expectativa é que medicação esteja disponível no primeiro semestre de 2021. Hoje, o estado de São Paulo superou 10 mil mortes pelo novo coronavírus.

Ainda na busca por vacinas e métodos de prevenção da covid-19, a farmacêutica norte-americana Moderna anunciou hoje que está prestes a avançar para a terceira fase de testes da vacina contra a doença. A expectativa é que 30 mil pessoas participem da testagem, que deve começar em julho deste ano.

Outra indústria farmacêutica dos EUA também anunciou o início dos testes em pessoas de um medicamento que pode tratar e prevenir a doença. Segundo a Regeneron Pharmaceuticals, se os testes forem bem-sucedidos, o medicamento já estará disponível em outubro.

Projeção indica aumento de mortes no Brasil

Enquanto isso, aumentam as previsões do aumento de mortes no Brasil e do avanço da epidemia na América Latina. Segundo projeções foram feitas pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, cujo levantamento é usado pela Casa Branca, o Brasil pode se tornar líder mundial em mortes em 29 de julho. Nesse dia, o Brasil teria 137,5 mil mortos e os EUA, 137 mil.

Vale lembrar que as projeções não necessariamente vão se concretizar. Elas se baseiam em diversas variáveis que mudam ao longo do tempo, como o número de casos confirmados e a adesão ao distanciamento social. De todo modo, essas simplificações da realidade servem de baliza para autoridades traçarem suas estratégias.

Comércio reabre em São Paulo com filas

Após mais de dois meses fechado para evitar a propagação do novo coronavírus, o comércio de rua na cidade de São Paulo voltou a funcionar ontem com movimento intenso nos principais centros populares de vendas. As lojas cumpriram as medidas preventivas, como colocar máscaras à disposição de clientes e colaboradores, medição de temperatura com termômetro digital e o fornecimento de álcool em gel na porta. Por outro lado, houve filas e aglomerações na entrada dos estabelecimentos.

As regras acordadas entre a Prefeitura e entidades do setor de varejo que viabilizaram a reabertura do comércio mudaram a dinâmica de atendimento. Um dos pontos foi a limitação da capacidade das lojas a 20% do público, para evitar aglomeração interna. A maioria dos estabelecimentos cumpriu as determinações. Mas, em algumas lojas, longas filas se formaram. Era mais demorado entrar do que fazer a compra.

A reabertura ainda preocupa devido aos riscos de aumento dos casos confirmados e de mortes provocadas pela covid-19. A Prefeitura de São Paulo decidiu pela compra de contêineres para armazenar ossadas e tentar solucionar o problema da falta de espaço nos cemitérios por conta das mortes causadas pelo coronavírus. Foram adquiridos 12 equipamentos metálicos e espera que eles cheguem em no máximo 15 dias.

Como Fortaleza se tornou a área com maior mortalidade do país

Desde 29 de abril, mais de 500 pessoas com covid-19 morreram em Fortaleza em unidades básicas, em tese preparadas para receber apenas casos de baixa e média complexidade. O número corresponde a quase 20% do total de óbitos por covid-19 na região.

A estatística ajuda a explicar porque Fortaleza e seu entorno se tornaram a região do país com maior mortalidade pela doença. Desigualdade e lotação das unidades de saúde ajudam a explicar a situação na capital cearense.

De acordo com os dados do último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, a macrorregião de saúde de Fortaleza tem coeficiente de mortalidade de 564,9 pessoas para cada um milhão de habitantes.

TC investiga compra e sumiço de equipamentos no DF

O TC-DF (Tribunal de Contas do Distrito Federal) abriu um procedimento para investigar a compra e o "sumiço" de scanners faciais anunciados pelo governo distrital no combate à covid-19, em um valor total que pode chegar a R$ 2 milhões. A compra de 100 unidades foi anunciada pelo governador Ibaneis Rocha em maio. O governo ainda não esclareceu porque os equipamentos não foram entregues.

Na crise, alimentação pesa nas contas de famílias pobres

Mesmo após o segundo mês consecutivo de deflação, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta dos preços dos alimentos - de 0,24% em maio, vindo de um aumento de 1,79% em abril - indica que as famílias mais pobres terão a renda ainda mais comprometida pela pandemia.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias mais pobres gastam cerca de 22% do orçamento com alimentação. E uma outra pesquisa, do Instituto Plano CDE, aponta que 50% das famílias das classes D e E, de baixa renda, perderam mais da metade da renda desde o início da crise causada pelo novo coronavírus.

Em cartas, presos citam aglomerações e paracetamol contra covid

Em cartas escritas para parentes, presos da penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) afirmam que a direção da unidade aplica medidas que colaboram para a disseminação do novo coronavírus no sistema carcerário.

Segundo o relato obtido pelo UOL através de familiares, presos diagnosticados com a covid-19 foram isolados, seguindo orientações de saúde, mas após duas semanas eles foram reinseridos ao convívio com a população carcerária sem novo exame para definir o fim da virose. Eles afirmam que a prisão se tornou um foco de disseminação do vírus.