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Governo de SP pede ação contra fake news e menos politização com vacina

"Espero que, dentro desse processo de polarização que a gente convive diariamente, nao se crie agora um movimento contra a vacina", disse o médico João Gabbardo - ROGÉRIO GALASSE/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
"Espero que, dentro desse processo de polarização que a gente convive diariamente, nao se crie agora um movimento contra a vacina", disse o médico João Gabbardo Imagem: ROGÉRIO GALASSE/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

11/06/2020 13h34

O Governo de São Paulo anunciou um acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech para a produção de uma vacina no Instituto Butantan contra o novo coronavírus. No anúncio de hoje, a cúpula da saúde no estado celebrou o compromisso assinado ontem, mas pediu uma ação contra as fake news envolvendo vacinas.

"As fake news, os achismos, os empirismos de drogas, até o presente momento divulgadas, isso tem que acabar. E imperar justamente a questão que o doutor Dimas Covas (diretor do Instituto Butantan) colocou: a realização de uma vacina que pode nos livrar dessa pandemia, visto que existem possibilidades na literatura de uma segunda e uma terceira ondas, como estamos observando em países ao redor do mundo", disse Sergio Cimerman, médico infectologista do Hospital Emílio Ribas, convidado a participar da coletiva realizada pelo governo paulista, que acrescentou:

"Como o governador Doria sempre fala, não deixaremos propagar as fake news. Por favor, quando vocês virem uma informação errônea, procurem dados com organizações sérias ou médicos especialistas que podem elucidar melhor, antes de publicar alguma coisa não verdadeira".

Na coletiva, o coordenador executivo do centro de contingência da covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, criticou a polarização política em torno do combate à pandemia, e alertou para os riscos de o cenário se repetir a respeito da vacina.

"O Instituto Butantan, com esta parceria, coloca o estado de São Paulo, coloca o Brasil na vanguarda da possibilidade de protegermos a população com a vacina. Eu só espero que, dentro desse processo de polarização que a gente convive diariamente, não se crie agora um movimento contra a vacina", disse o médico.

"Espero que a gente tenha, nesse aspecto, união do País para o desenvolvimento, para a conclusão desse processo, e que tenhamos a possibilidade de proteger nossa população", acrescentou Gabbardo, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde.

O tom foi semelhante ao adotado pelo governador João Doria (PSDB). Em sua participação na cerimônia, realizada no Palácio dos Bandeirantes, Doria pediu para que a população supere desavenças políticas pelo fim da pandemia.

"Temos que superar desavenças do Brasil com relação à China, ou com qualquer outro país, e também com organismos de cooperação internacional, como é a OMS (Organização Mundial da Saúde). Dividir, brigar, separar não contribui para a ciência, não contribui para resultados. É melhor somar, compreender, dialogar e empreender para salvar", disse.

"A politização do vírus não salvou nenhuma vida, nem no Brasil, nem fora dele. Não resolveu nenhum problema, pelo contrário: acentuou, piorou e vitimou. A posição do Governo de São Paulo é ao contrário da politização — nós queremos soluções, esta é a busca. Em São Paulo, volto a repetir o que tenho dito desde 26 de fevereiro: respeitamos e obedecemos a ciência."