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Com UTIs lotadas em Natal, RN adia reabertura prevista para quarta-feira

Hospital de Campanha de Natal - Reprodução/Twitter
Hospital de Campanha de Natal Imagem: Reprodução/Twitter

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

15/06/2020 20h55

Com leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) lotados na Grande Natal, o governo do Rio Grande do Norte anunciou hoje que adiou por uma semana o processo gradual de reabertura da economia. Antes prevista para ter início na próxima quarta-feira (17), a reabertura começará no dia 24 deste mês.

Segundo anúncio feito pela governadora Fátima Bezerra (PT), o estado não atingiu as metas sanitárias previstas para a retomada da economia definidas no Decreto Estadual de 4 de junho de 2020.

A governadora se reuniu com empresários e fez o anúncio hoje em uma videoconferência realizada com o setor produtivo.

O estado registra 13.789 casos é 533 mortes até agora pela covid-19.

Segundo a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, na região Metropolitana de Natal e em Guamaré a taxa de ocupação de leitos de UTI na última semana foi de 100%. Na região oeste esse índice foi de 93,4%; enquanto no Seridó ficou em 67,7%.

Ao todo, desde o início da pandemia, o estado criou 341 Leitos para covid-19, sendo 197 de UTI. A pasta ainda promete abrir mais 206 leitos, 135 deles de UTI.

Motivos

A governadora alega que decidiu não autorizar a retomada econômica esta semana porque o nível de transmissibilidade do novo coronavírus, chamado de "R", está ainda acima de um —ou seja, cada pessoa infectada transmite para mais de uma pessoa, o que faz o ritmo da epidemia crescer. O índice exato, entretanto, não foi informado pelo governo.

Ainda segundo a governadora, o estado apresenta uma desaceleração na taxa de contaminação, mas não o suficiente para uma reabertura em segurança.

Ela alegou que as medidas de intensificação do isolamento social e a antecipação de feriados não conseguiram reduzir a circulação de pessoas a ponto de reduzir a epidemia como esperado. Ontem, o estado teve um índice de isolamento social de 48%, um dos menores para um domingo.

O não-cumprimento do distanciamento social, diz, também foi puxado na semana passada pelo pagamento no final de semana de mais uma parcela do auxílio emergencial, que lotou agências da Caixa Econômica Federal. Muitas feiras livres do interior também funcionaram.

Em nota divulgada à noite, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal, José Lucena, afirmou que os empresários "chegaram ao limite" e que não há como manter mais as portas fechadas do comércio no estado.

"Fomos empáticos nesses quase 90 dias de isolamento social. Temos contribuído a todo momento, seja com plano de retomada das atividades, doação de máscaras, conserto de respiradores, e apoio aos decretos governamentais por exemplo. Só que não dá mais para continuar assim. A economia do Rio Grande do Norte não suporta mais. Estamos com um crescente no desemprego", afirmou, citando que o "setor produtivo busca é o equilíbrio do ecossistema" com "saúde, segurança, educação e economia equiparados para salvar vidas".